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Lula vê eleição atual como mais difícil da história do PT

Ex-presidente pediu que a militância petista se mobilize para impulsionar a presidente Dilma

Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante um comício em Recife (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante um comício em Recife (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 22h40.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a eleição atual é a mais difícil da história do PT desde a fundação do partido em 1980 e pediu que a militância petista se mobilize para impulsionar a presidente Dilma Rousseff em São Paulo.

Em discurso durante plenária do PT para mobilizar a tropa nos últimos 30 dias antes da eleição, Lula disse ser "uma questão de honra para nós" que Dilma vença Marina no Estado. As últimas pesquisas mostraram a presidente bem atrás da candidata do PSB em terras paulistas.

O ex-presidente também disse que não tem "divergências pessoais" com Marina, que foi sua ministra de Meio Ambiente, mas cutucou o programa de governo da adversária.

"Não existe do ponto de vista sociólogico... nenhuma explicação para a Dilma estar perdendo a eleição aqui em São Paulo", disse Lula, que avaliou que ainda levará muito tempo para que sociólogos e especialistas entendam o "fenômeno" que aconteceu na disputa presidencial deste ano após a morte de Eduardo Campos, que era o candidato do PSB ao Planalto.

"Falta discutir política... nós precisamos debater", pediu ele aos militantes.

Lula, que disse estar "destrinchando" o programa de governo apresentado por Marina no fim de agosto, fez críticas às propostas defendidas por sua ex-ministra e disse ter dúvidas se ela tinha lido o programa.

"Eu sinceramente não sei se a companheira Marina leu o programa que fizeram para ela", disparou. "Se ela leu, ela não aprendeu nada com as discussões que nós tivemos", emendou, Os principais pontos do programa marineiro criticados por Lula foram a defesa da redução do papel dos bancos públicos, a intenção, segundo ele, de Marina reduzir investimentos no pré-sal e a defesa da institucionalização da autonomia do Banco Central.

"O que a elite brasileira quer é que a gente se eleja presidente para a elite governar", disse Lula ao comentar a proposta de autonomia formal do BC defendida por Marina, Antes do discurso de Lula, outros petistas que usaram o microfone também atacaram Marina por sua defesa da institucionalização da autonomia do BC.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, por exemplo, disse que no PT, quando um banqueiro quer discutir política com o partido, tem de fazer numa plenária como a realizada nesta sexta e que os petistas não vão deixar que um banqueiro redija "o nosso programa de governo".

Já o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido jamais daria um "cheque em branco ao Banco Itáu". Os dois se referiam ao fato de Neca Setúbal, uma das herdeiras do Itaú Unibanco , ser uma das coordenadoras do programa de governo de Marina.

Em seu discurso, Lula disse que não falaria sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves, atualmente numa distante terceira posição nas pesquisas, enquanto Dilma e Marina disputam a liderança no primeiro turno.

Mas não perdeu a chance de ironizar a entrevista dada pelo tucano ao Jornal da Globo nesta semana, na qual o tucano repetiu diversas vezes que era preciso ter "previsibilidade".

"Ele falou, acho que umas 200 vezes, a palavra previsibilidade. Todas as perguntas que faziam para ele, ele falava 'é preciso ter previsibilidade'. Mas e a seleção brasileira? Previsibilidade", ironizou.

Para Lula, apesar de Aécio gostar tanto de previsibilidade, quando os tucanos governaram "acabaram com o país", numa crítica ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando o Brasil teve de recorrer ao Fundo Monetário Internacional.

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