Lula e Maduro: Será uma oportunidade para Lula e Maduro conversarem sobre o cumprimento do acordo entre governo e oposição do país vizinho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 1 de março de 2024 às 07h26.
Em São Vicente e Granadinas para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta sexta-feira com o líder venezuelano, Nicolás Maduro. Segundo Lula, a reunião bilateral será para tratar sobre a cúpula e não deve envolver a disputa histórica entre a Venezuela e a Guiana pela região de Essequibo, rica em petróleo.
Após reunião com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, na quinta, Lula pediu para os líderes políticos terem mais paciência e afirmou que “o mundo não comporta mais atrito”. O presidente brasileiro disse, ainda, que está disposto a conversar com Maduro e Irfaan Ali sobre a região do Essequibo ”na hora que for necessário”.
Com 160 mil quilômetros quadrados e rica em petróleo e minério, a região está sob jurisdição guianesa e é reivindicada por Caracas.
— A reunião não é para isso, é para discutir a Celac. Eu vou encontrar com o Maduro lá, e eu pretendo discutir a hora que eles quiserem marcar uma reunião, e o presidente (primeiro-ministro) Ralph (de São Vicente e Granadinas), que é o coordenador que vai marcar, o Brasil estará totalmente à disposição para participar.
Ao citar a disputa, Lula ressaltou sua confiança nos meios diplomáticos para a solução do conflito, mas sinalizou que as tratativas ainda podem durar algumas décadas. O tema também não foi discutido entre Lula e o presidente da Guiana durante reunião na quinta-feira.
Será uma oportunidade para Lula e Maduro conversarem sobre o cumprimento do acordo entre governo e oposição do país vizinho, que prevê eleições transparentes, limpas e justas neste ano. Lula vai insistir no cumprimento do que foi negociado no chamado Acordo de Barbados, segundo integrantes do governo.
A avaliação é que Maduro está descumprindo o acordo, firmado em outubro passado. O principal fator para a posição é a inabilitação de opositores, como María Corina Machado, uma das favoritas em uma disputa com o presidente venezuelano, e a prisão da ativista de direitos humanos Rocío San Miguel.
Os EUA, que haviam eliminado algumas sanções econômicas à Venezuela após o pacto, anunciaram que vão retomá-las. O assunto foi discutido, na semana passada em Brasília, em uma reunião entre Lula e o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que esteve no país para participar do encontro de chanceleres do G20.
Depois da agenda com Maduro às 14h30 (horário de Brasília), Lula tem uma reunião bilateral com o presidente da Bolívia, Luis Arce. O presidente ainda se reúne com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, participa de uma cerimônia de assinatura de acordo de serviços aéreos entre Brasil e Antígua e Barbuda e de uma audiência com a secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena.
De manhã, Lula se reúne com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, com o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren, e com Bárcena para pautar sobre o conflito em Gaza.
O restante do dia do chefe do Executivo será voltado para a cúpula da Celac. Ele embarca de volta a Brasília às 19h20