Agência de notícias
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 07h34.
Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 07h37.
Em meio ao atrito entre o governo brasileiro e os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta segunda-feira, 27, com o chanceler Mauro Vieira. O encontro com o ministro das Relações Exteriores deve abordar a polêmica causada pela chegada de brasileiros deportados pelo governo de Donald Trump em Manaus na madrugada do último sábado. Na ocasião, os brasileiros foram retirados da aeronave ainda algemados, o que gerou críticas do Brasil.
No domingo, o Itamaraty afirmou que irá encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano para a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes.
No sábado, o presidente Lula determinou que a Força Aérea Brasileira enviasse uma aeronave para transportar os brasileiros até Belo Horizonte, destino final do voo. Em nota, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski chamou a postura dos agentes norte-americanos de "flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros".
Neste domingo, outro governante sul-americano, o presidente da Colômbia, também criticou abusos cometidos pelo governo dos Estados Unidos no transporte de deportados. Em resposta, o presidente americano Donald Trump ordenou a imposição de tarifas de 25% sobre produtos colombianos.
Voo com brasileiros deportados dos EUA cumpre acordo de 2017 e não tem relação com medidas de TrumpO Itamaraty afirmou neste domingo que fez contatos com autoridades da Polícia Federal e da Aeronáutica para reunir informações sobre o que classificou de "tratamento degradante dispensado aos brasileiros e brasileiras algemados, nos pés e mãos".
"O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados", disse o Ministério das Relações Exteriores, que completou: "O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso."