Lula: "Prenderam o Mandela, ele ficou preso por 27 anos, nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente" (Leonardo Benassatto/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 22h06.
São Paulo - A prisão de Nelson Mandela na África do Sul e a posterior ascensão dele à Presidência do país foram lembradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reforçar o discurso de que é preciso lutar contra supostas arbitrariedades da Justiça no julgamento do caso do triplex do Guarujá.
Nesta tarde de quarta-feira, 24, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou o recurso de Lula contra a condenação sofrida em primeira instância.
"Prenderam o Mandela, ele ficou preso por 27 anos, nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente", disse Lula.
Para o ex-presidente, sua condenação faz parte de um projeto que vai "retirar a esperança do povo brasileiro". "Tudo tende a piorar com a reforma da Previdência Social."
Em tom beligerante, o ex-mandatário desafiou: "Podem prender o Lula, mas as ideias já estão na cabeça dos brasileiros. Agora, eles sabem que é gostoso comer bem, viajar de avião, comprar carro novo, ter uma casa com televisão", declarou. "Pobres os que acham que prendendo o Lula acaba a luta. Eles não podem prender o sonho de liberdade, a esperança, e o Lula é apenas um homem de carne e osso."
Já no final do discurso, realizado na Praça da República, Lula convocou a militância e os movimentos sociais para ir até a Avenida Paulista e afirmou: "Eles que se preparem; partidos de esquerda terão a compreensão de que precisam se unir. Quero avisar a elite, esperem que vamos voltar, o País vai provar que o pobre não é o problema, é a solução".