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Lula responde à pressão com possível candidatura em 2018

Nome de Lula sempre foi o preferido pelos principais nomes do PT para disputar as eleições de 2018


	Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acena para militantes desde seu apartamento em São Bernardo
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acena para militantes desde seu apartamento em São Bernardo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2016 às 17h31.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atual alvo da maior investigação por corrupção no país e que na sexta-feira foi interrogado pela Polícia Federal, ressurge no âmbito político e responde agora ao cerco da Justiça com a insinuação de que será candidato em 2018.

Apesar da operação policial da sexta-feira em residências, escritórios e propriedades de familiares e próximos a Lula, ela também deu mais força à possível candidatura à presidência, apoiada pela militância que "acordou".

Em declaração à imprensa depois de prestar depoimento aos agentes federais, Lula manifestou que estava "vivo" e disse que se "quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça".

Lula não chegou a admitir, mas deixou no ar a possibilidade de ser candidato presidencial nas eleições de 2018 pelo PT. "A partir de agora, a resposta que posso dar é ir para as ruas", um cenário que ele disse conhecer "melhor que ninguém" por sua militância como sindicalista.

"Terão que me enfrentar nas ruas e a partir de segunda-feira estou disposto a viajar por todo o país. Se há a necessidade de alguém para comandar a tropa, eu estou aqui", afirmou Lula em meio aos gritos de seus correligionários que o aclamaram como seu provável candidato em 2018.

O nome de Lula sempre foi o preferido pelos principais nomes do PT para disputar as eleições de 2018, na qual será eleito o sucessor de Dilma.

A militância do PT, que proclamou Lula como seu candidato favorito em diferentes atos públicos, começou a se desvincular do governo atual e, inclusive, alguns dirigentes chegaram a criticar as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Executivo para tentar melhorar as maltratadas contas públicas.

A gestão da presidente, além disso, foi alvo de duras críticas do setor econômico, que enfrenta uma recessão técnica, ratificada nesta semana com a divulgação oficial de que o Produto Interno Bruto (PIB) regrediu 3,8% em 2015.

Também no ano passado a inflação chegou a 10,67%, acima do teto de tolerância da meta oficial; o real teve uma desvalorização de 48,3% frente ao dólar e a taxa básica de juros se manteve em 14,25%, a maior referente nos últimos nove anos.

Perante a falta de credibilidade do governo, as dúvidas sobre a força política de Dilma e a desconfiança de mercado financeiro, que na sexta-feira deu uma resposta positiva ao cerco contra Lula com uma alta de 4% na bolsa de São Paulo, o PT se vê obrigado a buscar saídas para se manter no poder.

Com as mobilizações convocadas para os próximos dias, o PT, partidos aliados e movimentos sociais simpatizantes buscam enaltecer a figura de Lula e resistir à provocação da oposição. 

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