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Lula reconhece participação 'acanhada' no 1º turno das eleições e defende Boulos em SP

Presidente argumentou nesta sexta, 11, que não quis se indispor com sua base no Congresso e que, se puder, ajudará Boulos a ganhar eleição

Luiz Inácio Lla da Silva durante entrevista para a rádio CBN de Fortaleza (CE) (YouTube / Reprodução)

Luiz Inácio Lla da Silva durante entrevista para a rádio CBN de Fortaleza (CE) (YouTube / Reprodução)

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 12h24.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu nesta sexta-feira, 11, que teve uma participação mais "acanhada" no primeiro turno das eleições municipais de 2024.

Durante entrevista à rádio O Povo/CBN em Fortaleza, o petista justificou sua posição como uma forma de não se indispor com sua base no Congresso Nacional.

"Essa foi uma eleição que eu tive uma participação mais acanhada, e eu tive porque sou o presidente da República. Eu tenho uma base no Congresso Nacional muito ampla, vários partidos na minha base nacional que estão disputando as eleições. Então eu falei, eu não vou, sabe, comprar uma briga numa cidade e depois quando chegar no Congresso Nacional eu tenho o pessoal como adversários", afirmou Lula.

A decisão do presidente de não participar ativamente das campanhas criou um mal-estar generalizado entre candidatos, presidentes de partidos aliados — e até entre os petistas, como mostrou a EXAME.

Um dos episódios mais críticos foi o cancelamento de sua participação em eventos da campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e também em São Bernardo do Campo e em Diadema, para viajar ao México no final de setembro para a posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum.

Lula argumentou, porém, que o partido e todos os aliados sabiam de sua posição e que atuou mais fortemente na capital paulista, onde esteve duas vezes. "Porque lá é uma briga estabelecida entre o tal de lulismo e do bolsonarismo", disse ele.

O presidente foi questionado sobre a situação de Boulos, que disputa o segundo turno contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Segundo as três primeiras pesquisas eleitorais, o psolista está nas faixa dos 30% das intenções de voto, atrás de Nunes que tem entre 40% a 52%.

Lula disse, contudo, que lê em São Paulo que o deputado do PSOL "pode ganhar as eleições.

“O Boulos é uma figura muito preparada. Tivemos um problema no primeiro turno que é muito difícil voce convencer o petista que estava habituado a votar em 13, desde 1980, a votar 50, outro número. Tem 50 mil pessoas que votaram no 13 (no primeiro turno em SP). Eu inclusive gravei para o Boulos, dizendo que quem está habituado a votar no 13, tem que votar agora no 50 na cidade de São Paulo", afirmou.

O presidente acrescentou que o "voto não tem dono"diante dos mais de 3,5 milhões que dividiram seus votos na capital paulista entre Nunes e a candidatura de Pablo Marçal (PRTB), ambos no campo da direita.

Ainda assim, Lula destacou que o voto "precisa ser captado e conquistado. O Boulos tem duas semanas, vários [programas de televisão e debate para convencer as pessoas. E eu se puder ajudar , vou ajudá-lo a ganhar essa eleição, porque acho que ele pode fazer muita coisa por São Paulo", disse o petista, incluindo que fará o mesmo pelo candidato de seu partido, o deputado estadual Evandro Leitão, que concorre à prefeitura de Fortaleza contra o candidato do PL, o deputado federal André Fernandes.

"Mesmo que eu não o conhecesse, o fato de companheiros meus como Elmano (governador do Ceará), meu ministro da Educação, Camilo Santana, Guimarães (deputado federal), meu líder do governo na Câmara, estão apoiando, é porque ele merece e tem chance de ser um bom prefeito".

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