Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com membos do PT, em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)
AFP
Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 16h20.
Última atualização em 27 de janeiro de 2018 às 17h13.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou neste sábado, por videoconferência em uma reunião da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) em Adis Abeba, que os esforços para impedir sua candidatura à presidência apenas o tornam mais forte.
"Não querem que eu seja candidato porque quanto mais me acusam, quanto mais me perseguem, mais eu subo nas pesquisas", declarou Lula em um discurso transmitido a um congresso sobre a luta contra a fome da FAO na capital da Etiópia.
Lula, condenado na quarta-feira por um tribunal de apelação a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pretendia viajar a Etiópia para participar na reunião organizada pela FAO e a União Africana.
Mas na sexta-feira um juiz federal emitiu uma ordem para reter o passaporte do ex-presidente de 72 anos, que lidera as pesquisas para as eleições de outubro.
Um advogado do ex-presidente entregou o documento no mesmo dia à Polícia Federal em São Paulo.
Lula considera que as investigações contra ele e sua condenação são parte de uma conspiração da elite política, dos meios de comunicação e dos juízes para impedir sua candidatura.
"Sabem que se for candidato - contra os meios de comunicação em meu país, contra as elites brasileiras - minhas possibilidades de ganhar as eleições no primeiro turno são absolutas", disse.
O Brasil, com políticas de luta contra a pobreza elogiadas em todo o mundo, demonstrou que é possível derrotar o fantasma da fome, afirmou Lula.
Lula é considerado culpado de receber um apartamento triplex no Guarujá (São Paulo) por parte da empreiteira OAS em troca de benefícios para a empresa com obras relacionadas à Petrobras.
O ex-presidente pode ser preso uma vez esgotados todos os recursos de segunda instância, algo que poderia demorar várias semanas ou meses.