Lula: O petista voltou a dizer que, na sua avaliação, a Justiça brasileira foi política nas suas condenações, posteriormente anuladas (Valter Campanato/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 06h29.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu na quinta-feira, 16, que todas as indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF) a que terá direito serão neutras. Nos bastidores do PT, contudo, se diz que o favorito de Lula para a primeira vaga a ser aberta neste ano é Cristiano Zanin, seu advogado nas causas da Lava Jato.
"Vou indicar ministro do Supremo vendo o currículo", afirmou Lula em entrevista à CNN Brasil. "Nunca pedi favor a ministro do STF e nem vou pedir", acrescentou. O petista voltou a dizer que, na sua avaliação, a Justiça brasileira foi política nas suas condenações, posteriormente anuladas. Ainda assim, diz que o assunto ficou no passado. "Não posso voltar a governar o País magoado com o que me prejudicou".
Lula também evitou avaliar o futuro do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), seus algozes na Operação Lava Jato enquanto juiz e procurador, respectivamente. "Vamos ver como serão na política", limitou-se a dizer.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, envolvido nos escândalos do mensalão e do petrolão. Para o presidente, o antigo aliado, que voltou a circular em espaços petistas, não pode ser culpado a vida inteira.
Lula explicou nesta quinta-feira o porquê da presença de José Dirceu no aniversário do PT, na última segunda-feira. "Ali é o lugar dele. Ninguém pode ser penalizado a vida inteira, ninguém pode ser na política criminalizado de forma perpétua. José Dirceu é um agente político, militante político da maior qualidade e está voltando a participar", declarou em entrevista à CNN Brasil.
"Vi ele Dirceu sentado até meio escondidinho, acho que não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar. Tem que brigar para construir outra narrativa na sociedade brasileira", prosseguiu o presidente, que já descartou publicamente levar para o governo José Dirceu, que foi seu primeiro ministro da Casa Civil com grande poder.
Ao longo da entrevista, Lula voltou a dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro não voltará a comandar o País. "O Brasil vai ser preparado nos próximos quatro anos a acreditar na verdade", afirmou.
Em relação às Forças Armadas, Lula declarou que o restabelecimento da confiança "não é um processo rápido", mas será concluído após a despolitização dos militares. "Estou confiante", disse o presidente, que trocou o comando do Exército após os atos golpistas de 8 de janeiro. O presidente também voltou a afirmar que vai tentar encontrar uma "solução de paz" para a guerra na Ucrânia.