Reforma ministerial: Lula voltou a defender mudanças na política econômica como forma de reconectar o governo com os setores ligados ao PT e que hoje estão descontentes (Reprodução/Facebook/Lula)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 14h12.
São Paulo - Em reunião com a executiva nacional do PT na manhã desta quarta-feira, 30, na sede do partido, no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mudanças na política econômica do governo e pediu que o PT não crie obstáculos à reforma ministerial desencadeada pela presidente Dilma Rousseff.
Lula aproveitou o encontro para confirmar que vai a Brasília nesta quinta para um almoço com Dilma no qual serão discutidos os detalhes finais da reforma ministerial.
Segundo fontes que participaram da reunião, Lula voltou a defender mudanças na política econômica como forma de reconectar o governo com os setores historicamente ligados ao PT e que hoje estão descontentes com o ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Conforme relatos, Lula disse que Dilma precisa fazer um gesto para "o nosso povo".
Ainda conforme relatos de participantes da reunião, Lula disse que o PT precisa aceitar a perda de cargos no primeiro escalão do governo.
A reforma, de acordo com o presidente, é a maneira encontrada por Dilma de recompor uma base parlamentar que garanta maioria no Congresso e governabilidade à presidente. "Tomara que ela (Dilma) consiga", teria dito Lula, segundo um dos presentes no encontro.
Pedido
O ex-presidente falou durante quase duas horas à executiva petista. Além de comentar as ações do governo, Lula pediu empenho aos dirigentes do partido na defesa do PT e do governo.
Ele estimulou os participantes do encontro a "se assumirem enquanto dirigentes" e viajarem pelo país "mesmo que seja de ônibus", a exemplo do que ocorria nos primórdios do partido.
A reunião atende a um pedido do presidente do PT, Rui Falcão, que vinha recebendo pedidos da executiva petista para uma conversa com o ex-presidente.
Lula tem feito reiteradas críticas à direção petista que, segundo ele, tem perfil excessivamente burocrata, estaria mais empenhada nas disputas internas por espaço do que no futuro da legenda e não estaria à altura dos desafios do PT.
O ex-presidente não se reunia com a direção petista desde o 5º Congresso Nacional do PT, realizado em junho, em Salvador.