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Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 13h43.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na manhã desta quarta-feira (19), durante evento de posse da nova presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que os "ataques" que vem sofrendo nos últimos dias são fruto da mágoa de seus adversários pelo sucesso de sua liderança. "O que mais machuca os meus adversários é o meu sucesso", afirmou o ex-presidente, em um discurso de 42 minutos.
No evento, Lula disse que compreende o "jogo" da oposição e que seus adversários não perceberam "a construção" promovida por ele em oito anos de mandato, como a ampliação do acesso a universidades e escolas técnicas pelo governo federal. Lula avisou também que a partir de 2013 voltará a viajar pelo País para ajudar a eleger mais governadores e mais prefeitos alinhados com seu projeto. "No ano que vem, para a alegria de muitos e a tristeza de outros, seguirei andando por este País", afirmou.
O petista ainda mandou um recado para seus opositores. "Só existe uma possibilidade deles me derrotarem: é trabalhar mais do que eu. Mas se ficar um vagabundo em sala com ar condicionado falando mal de mim vai perder", finalizou o ex-presidente para uma plateia de sindicalistas e militantes do PT e de movimentos sociais.
Apoio
O evento, que marcou a posse do novo presidente do sindicato, Rafael Marques, virou um ato de desagravo a Lula. Faixas foram espalhadas pelo local com os dizeres: "Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo". Nos discursos, as lideranças fizeram questão de manifestar solidariedade ao ex-presidente e destacar a sua importância para a história política brasileira e internacional.
Alguns, como Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, sugeriu que em 2013 se discuta o papel dos meios de comunicação e do poder judiciário brasileiro. "É preciso colocar em pauta e fazer uma luta de massa", propôs. "Tentaram tirar a luta do plano político para levar para o plano jurídico. Tentaram criminalizar os movimentos sociais, mas não vão conseguir", emendou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.
Já a diretora executiva do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Ana Alice Carvalho, saiu em defesa do ex-presidente Lula. "Não admitimos o que estão fazendo com você (Lula)", afirmou, em referência ao novo depoimento do empresário Marcos Valério ao Ministério Público Federal em que afirmou que o esquema do Mensalão teria bancado despesas pessoais do ex-presidente.
Crise
Aos sindicalistas, Lula afirmou que não há motivo para o Brasil temer uma crise econômica. "Um País que tem o que nós temos não tem porque ter medo do futuro." Segundo Lula, a presidente Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "têm clareza, têm consciência e sabem o que o Brasil precisa" para crescer.
Ele também rebateu os críticos que dizem que a crise que atinge outros países vai chegar ao Brasil. Lula afirmou ainda que, se os atuais parceiros comerciais do Brasil vivem um momento difícil e não podem continuar comprando como faziam antigamente, é preciso buscar novos parceiros comerciais. "Vai ficar perdendo tempo com quem não tem dinheiro?", ironizou.
Lula enalteceu os seus feitos no governo federal, entre eles o estímulo ao consumo durante a crise de 2008 e a retirada de milhões de brasileiros da miséria. "Não me peça para gostar de miséria, porque eu não gosto", disse o ex-presidente, que criticou as pessoas que afirmam que preferiam o Lula de antigamente, que andava de macacão nas fábricas. "Vai se ferrar, vai você andar de macacão", disse.
Sobre futebol, o ex-presidente não perdeu a chance de falar sobre a conquista do bicampeonato mundial do Corinthians. Lula se disse orgulhoso da postura que o time adotou contra o Chelsea, de não se intimidar diante de um time milionário. "Poucas vezes eu vi um time entrar de cabeça erguida, diferente do Santos, que foi orientado a entrar de cabeça baixa", comparou Lula, se referindo à disputa do mundial de 2011 entre o Santos e o Barcelona.