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Lula nunca prometeu que não haveria aumento de combustível, diz presidente da Petrobras

O executivo reforçou que a promessa do governo em relação ao preço dos combustíveis durante a campanha eleitoral de 2022 era trazer uma política que pudesse controlar a volatilidade no mercado

Petrobras: presidente da companhia explicou aumento dos combustíveis (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

Petrobras: presidente da companhia explicou aumento dos combustíveis (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de agosto de 2023 às 14h42.

Última atualização em 16 de agosto de 2023 às 14h46.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nessa quarta-feira, 16, que conversa regularmente com o presidente Luiz Inácio da Lula (PT) e com ministros, mas que isso não significa que exista interferência do governo nos reajustes nos preços dos combustíveis. 

"O presidente Lula nunca prometeu que não haveria aumento de combustível no País", afirmou Prates durante audiência pública conjunta das Comissões de Serviços de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional do Senado Federal.

O executivo reforçou que a promessa do governo em relação ao preço dos combustíveis durante a campanha eleitoral de 2022 era trazer uma política que pudesse controlar a volatilidade no mercado, e que isso foi feito com o fim da política de paridade internacional de preços da companhia.

De acordo com Prates, a medida se traduziu no discurso de "abrasileirar os preços", ou seja, decidir os valores dos combustíveis considerando a realidade operacional no Brasil, algo que, segundo ele, não acontecia antes.

O executivo mencionou que a Petrobras não tem poder de decisão sobre os preços no Brasil, pois é definido pelo livre mercado, apontando a concorrência da estatal com a iniciativa privada, embora tenha reconhecido a influência da petroleira. Por fim, Prates defendeu que a política de preços da Petrobras é transparente. E se queixou das críticas que a estatal recebe em relação à falta de detalhes sobre os critérios de precificação dos combustíveis.

A petroleira aumentou o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias nesta quarta-feira. O litro da gasolina passa de R$ 2,52 para R$ 2,93, um aumento de R$ 0,41 por litro. O diesel terá aumento de R$ 0,78 por litro e o preço médio de venda será de R$ 3,80 por litro. O aumento reduz a defasagem em relação ao mercado internacional e também o risco de faltar combustível no Brasil.

Em fala no Senado, o executivo disse que não há nenhum sinal de desabastecimento de diesel. Prates disse que, com o reajuste do preço do diesel, haveria menos razões ainda para temer um desabastecimento do combustível. "Ainda mais que reajustamos, então tem menos razão ainda pra ter gente represando diesel ou tendo algum problema de desabastecimento", afirmou. O presidente da Petrobras disse que a estratégia da companhia tem sido de coibir a volatilidade do preço dos combustíveis e atuar como um player no mercado.

Foz do Amazonas

Prates voltou a defender a exploração da petróleo na chamada Margem Equatorial, que abrange a foz do Rio Amazonas. Segundo ele, a intenção da empresa, nesta fase, é fazer testes, e não iniciar uma produção em si.

Prates argumentou que a empresa não tem histórico de vazamentos de petróleo durante da fase de exploração, quando poços são furados apenas para fim de testes e pesquisas. "O histórico da Petrobras, em perfuração de poços, é nenhum acidente, nenhum vazamento historicamente da Petrobras promoveu, deu causa, em atividade de perfuração exploratória. Ah, mas tem um caso que vazou na baía de Guanabara. É duto, terminal, lugar onde estavam estocados produtos, circulando em grande escala. Isso está sujeito a vazamento, todas as empresas têm isso. Petrobras tem histórico muito baixo de incidentes em vazamento", afirmou. 

Ele afirmou que na Margem Equatorial há grande potencial de petróleo e de energia eólica no mar. O plano da empresa é combinar as duas explorações, principalmente no litoral do Amapá.

Ninguém falou disso, diz Prates sobe negociação de passivo da Petrobras no Carf

O executivo chamou de "especulação" a notícia de que a companhia estaria em negociação com o Ministério da Fazenda para o pagamento de um passivo que poderia render até R$ 30 bilhões aos cofres da União a partir das novas regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo Prates, "ninguém falou disso".

"Criou-se uma especulação mais uma vez, essas coisas acontecem, o mercado é cheio de pessoas que falam algumas coisas, colocam lá e aquilo inclusive prejudicou ontem o valor da ação. Isso não tem menor cabimento", disse o presidente da estatal.

Segundo o presidente da Petrobras, a companhia "negocia trabalha e não é negociação como quem compra e vende alguma coisa, é um trabalho de estudo coletivo, com várias entidades fiscais, em várias instâncias nacionais, a União, os Estados, os municípios".

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