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Lula no alvo: o futuro da Lava-Jato

Enquanto o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se aproxima, a Lava-Jato volta a assustar os principais políticos do país. A partir de hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki terá a mesa de trabalho abarrotada. Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da […]

LULA: ex-presidente teria recebido benfeitorias da empreiteira OAS, mas petista sempre negou ser dono do imóvel / Paulo Pinto / Agência PT (Paulo Pinto/Agência PT/Divulgação)

LULA: ex-presidente teria recebido benfeitorias da empreiteira OAS, mas petista sempre negou ser dono do imóvel / Paulo Pinto / Agência PT (Paulo Pinto/Agência PT/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2016 às 06h32.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.

Enquanto o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se aproxima, a Lava-Jato volta a assustar os principais políticos do país. A partir de hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki terá a mesa de trabalho abarrotada. Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros 30 nomes da cúpula do PT e do PMDB na denúncia que pede a condenação do senador Delcídio do Amaral por obstruir a Lava-Jato.

Por enquanto, nada está definido. Todas as denúncias serão analisadas por Teori e Janot pediu mais 150 para investigar. De qualquer forma, a retomada da Lava-Jato volta a bagunçar o cenário político. A denúncia contra Lula enfraquece o PT às vésperas da confirmação do afastamento temporário de Dilma. Segundo Janot, seria impossível o esquema de corrupção funcionar tanto tempo e de forma tão ampla sem conhecimento e participação do principal nome do Partido dos Trabalhadores.

Por ora, o eventual novo presidente, Michel Temer, não deve ser investigado, mas alguns de seus principais colegas de PMDB (Jader Barbalho, Eduardo Cunha e Henrique Alves) entraram no pedido de Janot. Na segunda-feira, o procurador também pediu investigações contra Cunha e o tucano Aécio Neves, por suspeita de corrupção em Furnas, e de Renan Calheiros, Romero Jucá e outros caciques peemedebistas por cobrança de propina nas obras da usina Belo Monte. Juntos, Cunha e Calheiros têm 18 inquéritos no Supremo.

A movimentação de Janot responde a um anseio de advogados ouvidos por EXAME. Até esta semana, ele havia feito oito denúncias da Lava-Jato no STF, englobando 27 pessoas – 11 delas deputados e senadores. Das grandes figuras da política nacional, porém, somente Cunha havia sido denunciado. A demora de Janot vinha levantando suspeitas e inquietação. “Quem tem o poder de tocar e definir o que irá ao Supremo é ele”, diz um desses criminalistas.

Agora, as dúvidas são outras. Se Teori aceitar a nova a lista de Janot, serão 69  investigados em um único inquérito. Qual a capacidade do Supremo de analisar esse material? Até quando vai a Lava-Jato? Quando as peças vão começar a cair em Brasília? Quem serão os próximos alvos? Em Brasília, ninguém dorme tranquilo.

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