Lula: o Instituto Lula informou que os advogados do ex-presidente voltaram a pedir hoje ao STF a suspensão das duas investigações abertas contra ele (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2016 às 20h28.
São Paulo - O Ministério Público de São Paulo afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será mais convocado a depor como investigado no processo que investiga a suposta ocultação de patrimônio no caso do tríplex localizado na cidade de Guarujá.
Em comunicado, o Ministério Público afirmou que a esposa de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, também não será chamada a prestar novo depoimento depois de ambos terem apresentado suas defesas por escrito.
Ao justificar a decisão, o promotor do caso, Cássio Conserino, disse na nota que Lula e a mulher "podem não querer exercer sua autodefesa".
Conserino tinha intimado Lula a depor no último dia 17, mas a audiência foi suspensa por causa de um recurso apresentado pelo ex-presidente no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Após analisar o pedido, o CNMP decidiu pela sequência das investigações e determinou que o ex-presidente deveria ser ouvido na próxima quinta-feira. Porém, a convocação foi cancelada depois de o promotor ter avaliado o documento apresentado por Lula.
Em paralelo, a defesa do ex-presidente tinha solicitado ontem ao Tribunal de Justiça de São Paulo um habeas corpus preventivo para evitar que ele fosse conduzido a depor na Promotoria.
O Instituto Lula informou que os advogados do ex-presidente voltaram a pedir hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das duas investigações abertas contra ele, uma delas que analisa supostas irregularidades no apartamento do Guarujá.
A outra, sob responsabilidade do Ministério Público Federal, tenta descobrir se Lula é proprietário de um sítio no interior de São Paulo. Ambos os locais teriam sido reformados por empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato.
Segundo os advogados do ex-presidente, ambas as procuradorias investigam a mesma coisa e a lei impede a "duplicidade de investigações sobre o mesmo objeto". Por isso, a defesa exige que o STF defina de quem deve ser a responsabilidade do caso.
Além disso, a defesa de Lula considera que Conserino realizou um julgamento antecipado ao anunciar à imprensa que acusaria o ex-presidente e sua esposa por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio sem tê-los escutado antes.
"É irracional e censurável afirmar que há suspeitas que o ex-presidente Lula teria recebido vantagens ilícitas durante o mandato presidencial, pois não há nenhum concreto que possa dar apoio a essa afirmação", reiterou o Instituto Lula.