Setor eletroeletrônico reclama que Lula não esteve de braços abertos para a indústria (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 15h52.
São Paulo - Empresários do setor eletroeletrônico avaliam que o governo Lula foi “tímido” na missão de proteger a indústria brasileira do câmbio valorizado. “Dizer que o Lula deu prioridade para a indústria, não deu coisa nenhuma”, afirma Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Barbato, que participou nesta quinta-feira (9) do programa "Momento da Economia", na Rádio EXAME, diz que o Banco Central limitou-se a comprar divisas para segurar a cotação do dólar enquanto o Ministério do Desenvolvimento não adotava medidas compensatórias. “Se o real subiu 13% neste ano e o câmbio chinês tem uma vantagem de 40%, por que não se eleva a alíquota de importações de 12% para 35% no caso de produtos que têm similares nacionais?”
A Abinee enviou proposta ao governo para que as empresas exportadoras tivessem desoneração na folha de pagamento, mas nada foi feito. “Nós, da indústria, somos muito pouco inteligentes para fazer sugestões econômicas. O máximo que a gente sabe fazer é produzir e o Banco Central é o todo poderoso, intocável”, ironiza Barbato.
O empresário disse que apenas o BNDES e o Ministério da Ciência e Tecnologia pensaram no setor industrial, e citou o vazamento de um estudo do governo que constata um processo de desindustrialização em andamento no Brasil. “Esperamos que o governo Dilma leve isso em consideração ou vamos continuar gerando empregos na China”, afirma Barbato. “O Brasil trata com tapete vermelho o capital estrangeiro que vem explorar o diferencial de juros.”
Clique na imagem abaixo para ouvir a entrevista de Humberto Barbato na Rádio EXAME.
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