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Lula está inclinado a escolher Haddad como ministro da Fazenda

Haddad, que tem feito campanha pelo cargo, foi convidado por Lula para integrar sua delegação à conferência do clima COP27, no Egito, num momento em que o presidente eleito está montando seu ministério

Sao Paulo's state governor candidate for the Workers' Party (PT) Fernando Haddad waves on arrival at a polling station during the presidential run-off election in Sao Paulo, Brazil, on October 30, 2022. - After a bitterly divisive campaign and inconclusive first-round vote, Brazil elects its next president in a cliffhanger runoff between far-right incumbent Jair Bolsonaro and veteran leftist Luiz Inacio Lula da Silva. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP) (Photo by CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images) (CARL DE SOUZA/Getty Images)

Sao Paulo's state governor candidate for the Workers' Party (PT) Fernando Haddad waves on arrival at a polling station during the presidential run-off election in Sao Paulo, Brazil, on October 30, 2022. - After a bitterly divisive campaign and inconclusive first-round vote, Brazil elects its next president in a cliffhanger runoff between far-right incumbent Jair Bolsonaro and veteran leftist Luiz Inacio Lula da Silva. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP) (Photo by CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images) (CARL DE SOUZA/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 18 de novembro de 2022 às 17h02.

Última atualização em 18 de novembro de 2022 às 17h04.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está inclinado a escolher o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como seu ministro da Fazenda, confiando-lhe a missão de negociar importantes reformas econômicas com o Congresso, segundo três pessoas familiarizadas com o assunto.

É provável que Lula entregue o cargo mais importante de seu gabinete a um integrante do Partido dos Trabalhadores, apesar de ter feito uma mistura de economistas liberais e de esquerda para a equipe de transição do governo, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque a discussão não é pública.

Haddad, que tem feito campanha pelo cargo, foi convidado por Lula para integrar sua delegação à conferência do clima COP27, no Egito, num momento em que o presidente eleito está montando seu ministério.

A pressão por um anúncio rápido de cargos estratégicos no novo governo tem vindo não apenas de investidores ansiosos para saber quem vai liderar a maior economia da América Latina, mas também do próprio PT, de acordo com uma quarta pessoa familiarizada com a situação.

A assessoria de Haddad não quis comentar, enquanto representantes do PT não responderam imediatamente pedido de comentário.

O surgimento de Haddad como um forte candidato ao cargo eclipsou os nomes de outros que apareceram como favoritos no início, incluindo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. No entanto, Lula já surpreendeu os mercados no passado, nomeando Antonio Palocci, médico e ex-prefeito de Ribeirão Preto, como seu ministro da Fazenda quando eleito presidente pela primeira vez em 2002.

Desta vez, Lula já deixou claro que quer que seu ministro da Fazenda seja um político capaz de negociar com o Congresso temas espinhosos, incluindo uma nova âncora fiscal para o país e uma reforma tributária. Haddad, que concorreu ao governo do estado de São Paulo, mas foi derrotado pelo candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, poderia ser essa pessoa, disseram as pessoas.

Embora nem todos os aliados de Lula considerem Haddad um negociador político habilidoso, ele conseguiu construir um bom relacionamento com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o grupo de economistas liberais que se juntou à equipe de transição: o ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida e André Lara Resende, um dos pais do plano real.

Além disso, muitos no PT veem Haddad como o sucessor natural de Lula. Quando o líder esquerdista foi preso e impedido de concorrer à presidência em 2018, ele convocou o ex-prefeito para concorrer em seu lugar.

Haddad, 59 anos, é mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Ele começou sua carreira como analista de investimentos em um banco local antes de se voltar para o serviço público, incluindo um longo período como ministro da Educação de Lula e sua sucessora Dilma Rousseff. Ele também ensina ciência política e é consultor de um instituto de pesquisa econômica.

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