Lula: Apesar desse movimento, ainda não foi marcado um encontro entre os dois ex-presidentes (NELSON ALMEIDA / AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de junho de 2022 às 11h09.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciou um movimento de aproximação da campanha com o também ex-presidente Michel Temer (MDB). Alckmin procurou Temer com o objetivo de desfazer o mal-estar provocado por críticas à reforma trabalhista e por declarações de políticos do PT, que até hoje chamam o emedebista de "golpista".
A conversa serviu para Alckmin mostrar que Lula quer ter uma boa relação com o ex-presidente. A iniciativa partiu do ex-governador. O ex-deputado Gabriel Chalita e o marqueteiro Elsinho Mouco participaram do encontro, ocorrido na sexta-feira passada, no escritório de Temer, em São Paulo.
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Temer apoia a senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas elogiou a decisão de Alckmin de aceitar ser vice de Lula e se disse aberto ao diálogo. De acordo com ele, o ex-governador dará "equilíbrio" à chapa petista. Um dos participantes da reunião definiu aquela conversa como um primeiro lance de um jogo de xadrez.
Alckmin levou a Temer o recado de que as críticas dos petistas à reforma trabalhista - aprovada em 2017, no governo do MDB - foram feitas no "calor da campanha". A mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é um dos legados do governo Temer. Após polêmica, o PT excluiu o verbo "revogar" do capítulo das prévias do programa de governo que trata do tema. No seu lugar, passou a defender uma "revisão".
Apesar desse movimento, ainda não foi marcado um encontro entre os dois ex-presidentes. Desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, Lula e o emedebista não se falam.
Recentemente, o petista tentou uma aproximação por meio de alguns emissários, mas não obteve sucesso. Em público, Lula mandou recados: "Eu não faço política parado no tempo e no espaço. Faço política vivendo o momento que estou vivendo".
Temer, por sua vez, não escondeu de Alckmin o incômodo por ser chamado de "golpista" por aliados de Dilma. O ex-governador disse que o ataque não representa a opinião de Lula e que o petista tem "consideração" por Temer.
Na avaliação do ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Temer deve apoiar Lula em um eventual segundo turno contra Bolsonaro. "Palpite: no segundo turno, diante da inevitabilidade da vitória do Lula, dificilmente o MDB deixaria de apoiá-lo. E aí não vejo o presidente Temer na posição de dissidente. Repito, palpite", afirmou o tucano, que foi ministro das Relações Exteriores de Temer.
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