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Lula enfrentrará rivais para poupar Dilma até a Copa

A ideia é criar a imagem de que Dilma Rousseff está concentrada na administração do país e na realização do evento esportivo


	Lula: além de rodar o Brasil fazendo campanha para os candidatos petistas a governos estaduais, Lula vai usar a internet para travar a disputa política em torno de temas espinhosos para o PT
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Lula: além de rodar o Brasil fazendo campanha para os candidatos petistas a governos estaduais, Lula vai usar a internet para travar a disputa política em torno de temas espinhosos para o PT (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 08h44.

São Paulo - O fato de Luiz Inácio Lula da Silva voltar a usar sua tradicional barba é apenas um item do plano estratégico já traçado entre os petistas neste período de pré-campanha: o ex-presidente tomará a linha de frente dos embates públicos com os adversários até o fim da Copa do Mundo, em meados de julho.

A ideia é criar a imagem de que sua sucessora e pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff, está concentrada na administração do País e na realização do evento esportivo.

Anteontem, em Ribeirão Preto, durante um evento do pré-candidato petista em São Paulo, Alexandre Padilha, Lula já foi para cima do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Além de críticas sobre a atuação do magistrado no julgamento do mensalão, os petistas veem Barbosa como possível adversário na sucessão de outubro. Por ser juiz, ele poderá se desincompatibilizar do cargo e se filiar a um partido até abril - o prazo de outros candidatos é outubro do ano anterior, pelo menos 12 meses antes do 1.º turno.

"Se quer fazer política, entre para um partido. Mostre a cara", disse o ex-presidente.

Além de rodar o Brasil fazendo campanha para os candidatos petistas a governos estaduais, como já fez no fim de semana com Padilha, Lula vai usar a internet para travar a disputa política em torno de temas espinhosos para o PT, como a defesa da gestão Fernando Haddad na capital paulista, o desempenho da economia, a regulação da grande mídia, o combate à corrupção, a reforma política e a própria Copa do Mundo.


Nos primeiros meses, por causa de algumas viagens internacionais, as ações vão se concentrar no Sudeste. Na sexta-feira, ele deve participar de um evento com Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, que lançará sua pré-candidatura do PT ao governo de Minas.

A prioridade do ex-presidente são os cinco maiores colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia.

A estratégia da pré-campanha foi definida em duas reuniões. A que decidiu o papel de Dilma foi em Brasília e a segunda, que discutiu o uso da internet, na sede do Instituto Lula, em São Paulo.

Segundo um colaborador do ex-presidente, ele não deixou a barba crescer à toa, e sim por um aspecto simbólico. Lula, que tirou a barba durante o tratamento de câncer na laringe em 2011, vinha usando apenas bigode, como é menos conhecido.

Estreias

Desde o início do ano Lula já publicou três vídeos para falar sobre a campanha das Diretas Já (e reforma política), internet (e regulação da mídia) e combate à fome (e programas do governo) em sua página no Facebook, que ultrapassou a marca de 500 mil seguidores.

As mensagens são produzidas no próprio Instituto Lula, mas a equipe de comunicação trabalha com o projeto de um canal de vídeos a partir de maio.

O ex-presidente também deve aumentar o número de entrevistas a jornais regionais. Na sexta-feira o diário A Cidade, de Ribeirão Preto, publicou uma delas na qual Lula faz elogios a Haddad e defende o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci.

Segundo petistas, a Copa do Mundo é o "último solavanco" antes da reta final da campanha eleitoral. Por isso, até julho a presidente deve manter no governo nomes cotados para a coordenação da campanha, como os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Até agora, os únicos nomes definidos para integrar a campanha são os do presidente do PT, Rui Falcão, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP), o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, o publicitário João Santana e o jornalista Franklin Martins. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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