Lula e Calheiros: encontro será reeditado hoje, durante a visita da caravana de Lula pelo Nordeste (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Divulgação)
EXAME Hoje
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 06h27.
Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 08h35.
No começo da tarde desta terça-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Penedo, no sul de Alagoas em mais uma parada de sua caravana pelo Nordeste. É ali que encontrará com Renan Calheiros (PMDB), senador pelo estado, que acabou tornando-se mais um dos aliados pouco prováveis que fez ao longo da carreira política. Depois do ato na cidade, ambos seguem para Arapiraca, onde passam a noite. Amanhã, o ex-presidente vai para Maceió, onde deve jantar com o senador e seu filho, o governador Renan Calheiros Filho.
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A aliança entre ambos não chega a ser surpreendente, já que foi feita em outros momentos da vida política. Dessa vez, o motivo foi o inimigo em comum, o presidente Michel Temer. Renan, até pouco tempo líder do PMDB no Senado, tem se animado com o resultado das pesquisas ao Senado no estado, e viu a baixa popularidade do presidente como a melhor forma de aumentar a sua, elevando o tom das críticas. Para completar o combo, colar na figura de Lula, muito influente na região.
Lula, por sua vez, sabe que não pode desprezar apoios caso consiga de fato ser candidato em 2018 – ainda mais de um senador que tem seu filho como governador. Ter o colega de palanque como réu em um processo no Supremo Tribunal Federal e sendo investigado em outros 11 não parece ser problema.
A mais polêmica parceria recente de Lula foi a feita com Paulo Maluf, ex-adversário histórico e ex-governador biônico de São Paulo durante a ditadura. Maluf é famoso pelo slogan imputado a ele, o “rouba mas faz”. Lula apertou a mão dele para pedir benção à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, em 2012. À época, deu certo. Com a proximidade das eleições de 2018, o vale-tudo de Lula tende a se intensificar.