Lula: A política de preços dos combustíveis da Petrobras foi alterada no governo do ex-presidente Michel Temer (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)
Reuters
Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 13h23.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que, em um eventual novo governo, não manterá o preço dos combustíveis vinculado ao dólar, como ocorre atualmente com a política de preços praticada pela Petrobras.
"Nós não vamos manter o preço da gasolina dolarizado. Eu acho que os acionistas de Nova York, os acionistas do Brasil, têm direito de receber dividendos quando a Petrobras der lucro, mas é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro", disse o ex-presidente em uma entrevista a Rede de Rádios do Paraná (RDR).
"Eu não posso enriquecer um acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa do preço da gasolina."
A política de preços dos combustíveis da Petrobras foi alterada no governo do ex-presidente Michel Temer. Sob alegação de que o controle de preços rígido implementado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff gerou prejuízo para a estatal e inibia investimentos, passou-se a adotar uma política que acompanha o preço do petróleo no mercado externo, combinado com a variação do dólar, com reajustes frequentes.
Lula fez ainda a avaliação que parte da inflação vem de preços controlados pelo governo e afirmou que é necessário coragem para mexer em preços controlados pelo Estado.
"Quase 40% da inflação hoje é por preços controlados pelo governo. É o governo que controla energia, que controla petróleo, gás, óleo diesel. Se o governo tiver coragem, ele pode reduzir um pouco. Mas ele não tem coragem, o que ele quer fazer é vender, porque ele não sabe criar. Então vende. Isso não é governar, é destruir o patrimônio", disse o ex-presidente.
Lula é hoje o primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro, com ampla vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro, que aparece isolado na segunda colocação.