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Lula diz que é preciso 'parar de atirar' para negociar paz entre Rússia e Ucrânia

O presidente brasileiro defende a criação de "um grupo de negociadores que os dois lados acreditem"

Lula e Biden: O Brasil, assim como outros emergentes como Índia e África do Sul, e alguns latino-americanos como Argentina, Colômbia e México, é reticente a enviar armas para a Ucrânia (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Lula e Biden: O Brasil, assim como outros emergentes como Índia e África do Sul, e alguns latino-americanos como Argentina, Colômbia e México, é reticente a enviar armas para a Ucrânia (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

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AFP

Publicado em 11 de fevereiro de 2023 às 08h44.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na sexta-feira, 10, a seu par americano Joe Biden na Casa Branca, que é preciso "criar um grupo de países" para "encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra" na Ucrânia.

"Falei com o presidente Biden [...] sobre a necessidade de se criar um grupo de países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra da Rússia contra a Ucrânia para que a gente encontre possibilidade de fazer a paz", declarou Lula aos jornalistas ao sair de uma reunião na Casa Branca. "Estou convencido de que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra", afirmou Lula, acrescentando que "ninguém quer que essa guerra continue".

O presidente brasileiro defende a criação de "um grupo de negociadores que os dois lados acreditem" porque "a primeira coisa é terminar a guerra, depois é negociar o que vai acontecer no futuro. Mas é preciso parar de atirar, senão não tem solução".

Lula já tinha conversado sobre a conveniência de criar este grupo negociador com seu colega francês Emmanuel Macron e com o chanceler alemão Olaf Scholz e assinalou também tratará do assunto em março, ao visitar o líder chinês Xi Jinping em Pequim.

Lula causou rebuliço no ano passado quando afirmou que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, era "tão responsável como [o presidente russo, Vladimir] Putin" nesse conflito bélico.

O Brasil, assim como outros emergentes como Índia e África do Sul, e alguns latino-americanos como Argentina, Colômbia e México, é reticente a enviar armas para a Ucrânia.

Em contrapartida, os Estados Unidos lideram as iniciativas ocidentais para apoiar Kiev, convencidos de que é preciso oferecer ajuda diplomática, armas e treinamento militar à Ucrânia para enfrentar a Rússia, que invadiu seu território.

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