O presidente Lula considera que é o momento para os países emergentes crescerem (Renato Araújo/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 13h06.
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que, apesar das dificuldades que enfrentam neste momento, Espanha e Portugal não voltarão a ser países pobres e poderão retomar o crescimento assim que superarem a atual "crise passageira".
"Apesar de estarem vivendo um momento adverso em sua economia, Espanha e Portugal são dois países que têm uma estrutura de conquista social estável", disse Lula em entrevista que concedeu nesta sexta-feira no Rio de Janeiro a correspondentes estrangeiros no Brasil.
"Não há a possibilidade que possamos imaginar que a Espanha e Portugal voltarão a ser países pobres como eram há tantos anos. São países que conquistaram estruturas de bem-estar social avançadas", afirmou ao ser questionado sobre o paradoxo da Cúpula Ibero-Americana, que começa nesta sexta-feira na Argentina e reúne dois países europeus em crise e países latino-americanos com forte crescimento.
Lula assegurou que a atual crise é passageira e pediu à União Europeia que ajude seus parceiros menores que agora estão necessitados. "Nós também faremos um esforço para ajudar Portugal a sair o mais rápido possível dessa situação", disse.
Segundo o governante brasileiro, Espanha e Portugal têm que se alegrar pela atual situação dos países da América Latina, inclusive porque abre um espaço para investimentos das empresas espanholas e portuguesas.
O presidente afirmou que, junto com o novo século, chegou o momento de decolagem dos países emergentes.
"Todas as economias da América do Sul estão crescendo, suas reservas em dólares estão crescendo, o consumo está crescendo e a renda salarial está crescendo", disse.
"A cúpula é importante para que não percamos nossos laços históricos com Portugal e os laços dos outros países latino-americanos com a Espanha", acrescentou.
Lula citou também as boas relações com a Argentina, o principal parceiro do Brasil no Mercosul, e disse que o comércio entre ambos os países chegará neste ano a quase R$ 60 bilhões.
"O Brasil tem que exercer esse papel: o papel de um país com a economia mais forte é levar em conta os países de economia menor", declarou.
Lula afirmou que no passado Brasil e Argentina estiveram distantes, mas que decidiram se unir quando descobriram que juntos são mais fortes e podem ter peso em decisões mundiais importantes.