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Lula diz no RS que votar em Aécio é votar no atraso

"É uma disputa entre duas propostas para o estado e para opaís. Se querem o Brasil de 15 anos atrás ou se querem avançar", discursou o ex-presidente

Lula:  (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)

Lula: (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 14h59.

Porto Alegre - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que votar no candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, é um voto "no atraso, no retrocesso".

"É uma disputa entre duas propostas para o estado e para opaís. Se querem o Brasil de 15 anos atrás ou se querem avançar", discursou o ex-presidente em um comício para mais de 6 mil pessoas no centro de Porto Alegre.

Lula, que passou apenas duas horas na capital gaúcha, fez o último comício de campanha de Tarso Genro, em uma tentativa de reverter o quadro negativo para o PT no estado, onde Tarso está 16 pontos atrás do candidato do PMDB, José Ivo Sartori, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada ontem.

O ex-presidente disse, ainda, que o Congresso eleito este ano é pior do que o anterior, fruto do retrocesso e da negação da política.

"Toda vez que a elite nega a política, o que vem depois é muito pior. Porque ninguém é capaz de consertar a política sem fazer política", afirmou.

"Vocês achavam o Congresso ruim? O eleito agora é um pouco pior. Os ruralistas cresceram, a bancada dos empresários cresceu, e os representantes dos trabalhadores caíram à metade. Essa é a negação da política", disse hoje Lula.

O ex-presidente pediu ajuda dos votos de quem optou por Marina Silva no primeiro turno.

Essas pessoas, disse, têm a "obrigação moral" de votar em Dilma, pois essa seria a única possibilidade de avanço.

Lula ainda fez ironias com o candidato tucano, afirmando que Aécio "nunca chegava ao Rio Grande do Sul porque parava antes no Rio de Janeiro".

Na verdade, o candidato do PSDB esteve no Rio Grande do Sul no último sábado. Também foi irônico ao tratar do papel da imprensa.

"Nossa imprensa, tão democrática, que fala o que quer, independente, livre, que não tem partido nem candidato. Nunca fala mal de mim ou da Dilma" , disse, afirmando ainda ter "ficado estarrecido" com a revista inglesa The Economist, que em artigo disse que o Brasil deveria eleger Aécio.

"Eu pensei: acabamos de ganhar a eleição. Porque Dilma não é candidata dos banqueiros, é a candidata do povo. Fizemos muito mais que eles em todo o século passado", discursou.

Lula disse não entender o "ódio contra o PT". "As pessoas sabem que eu sempre disse que seria o presidente de todos", afirmou.

"Isso não é divergência. Isso nós aprendemos a compreender. Não é divergência política, de projetos ou ideológica. As pessoas se incomodam porque os mais humildes podem ir a um restaurante ou porque estão viajando para a Argentina, estão indo para Miami, levam os filhos para ver o Mickey".

Lula ainda lembrou do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que creditou a vitória de Dilma na região Nordeste à desinformação. "Como uma pessoa com tanto estudo é tão desinformado? Ele não conhece esse país", afirmou.

O ex-presidente defendeu a candidatura de Tarso dizendo não entender uma "aposta no escuro", em "alguém que não assume nem seu partido", referindo-se ao slogan de Sartori "meu partido é o Rio Grande".

O ex-presidente deixou o Rio Grande do Sul logo depois do comício, enquanto Tarso estava em mais um debate, dessa vez, na rádio Guaiba.

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