Lula: o peemedebista arrolou Lula como uma de suas testemunhas na ação penal que responde (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 19h38.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 30, desconhecer a suposta participação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na nomeação do engenheiro Jorge Zelada para a diretoria Internacional da Petrobras e na compra do campo de petróleo de Benin, na África.
Lula prestou depoimento como testemunha de defesa do peemedebista.
Este foi a primeira vez que Lula e Sérgio Moro estiveram "frente a frente". O petista falou por videoconferência, em São Bernardo do Campo (SP), ao magistrado, em Curitiba.
O ex-presidente respondeu a perguntas da defesa de Eduardo Cunha e do Ministério Público Federal. O juiz federal Sérgio Moro não fez nenhum questionamento.
Em audiência anterior a de Lula, quem falou foi seu amigo José Carlos Bumlai. O pecuarista afirmou não saber responder às perguntas submetidas a ele.
Eduardo Cunha foi preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro em 19 de outubro, em Brasília.
O peemedebista arrolou Lula como uma de suas testemunhas na ação penal que responde perante a 13ª Vara Federal, de Curitiba, sob tutela do juiz Moro.
Na lista de testemunhas também está o presidente Michel Temer (PMDB), que responderá por escrito questionamentos feitos por Cunha. A nomeação de Jorge Zelada para a Diretoria Internacional da Petrobras foi alvo das perguntas de Cunha a Temer.
O ex-presidente da Câmara é acusado de ter solicitado e recebido, entre 2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão dela, vantagem indevida, relacionada à aquisição, pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin.
Cunha é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobras.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro.
Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.