Brasil

Lula deve anunciar nesta quarta refúgio a Battisti

Terrorista italiano é acusado de quatro homicídios em seu país de origem

Cesare Battisti deve ganhar refúgio do governo brasileiro (WIKIMEDIA COMMONS)

Cesare Battisti deve ganhar refúgio do governo brasileiro (WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2010 às 10h40.

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar oficialmente, nesta quarta-feira, a concessão de refúgio ao terrorista italiano Cesare Battisti, acusado de quatro homicídios ocorridos na década de 1970, quando era militante de um grupo extremista de esquerda.

Lula reuniu-se na manhã de terça-feira, em Brasília, com o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, e teria recebido dele um parecer recomendando a permanência de Battisti no Brasil. O presidente cumpre agenda durante todo o dia no Nordeste e retorna a Brasília à noite, para um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A decisão do presidente sobre o destino de Battisti é esperada desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição do terrorista, em novembro de 2009, mas deixou para Lula a palavra final sobre o retorno do italiano a seu país de origem.

A votação foi encerrada após três dias de julgamento, em um apertado placar de 5 votos a 4. Os ministros entenderam que não havia impedimento para a extradição, já que os crimes imputados a Battisti não tiveram conotação política e não prescreveram.

Acusações - Battisti é acusado de quatro homicídios ocorridos na década de 1970, quando liderava a organização extremista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). À revelia, o italiano foi condenado à prisão perpétua no país de origem.

O julgamento terminou em 1993. No entanto, ele nunca cumpriu pena. Fugiu para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente do país, Jacques Chirac, se posicionou a favor da extradição.

Battisti fugiu de novo e veio parar no Brasil. Em março de 2007, foi preso no Rio de Janeiro e transferido para Brasília. Em janeiro de 2009, obteve o status de refugiado político, o que foi questionado pelo governo italiano. No mesmo ano, em novembro, o STF autorizou sua extradição para a Itália e deixou a palavra final ao presidente Lula.

O italiano nega a autoria dos crimes e afirma ser vítima de perseguição política. Chegou a dizer, reiteradas vezes, que a extradição seria um "troféu" para o governo de Berlusconi. A Itália diz que houve crime comum. Se confirmado, o posicionamento de Lula promete abrir polêmica nas relações com a Itália, já que, na avaliação de especialistas, fere o acordo de extradição firmado entre os dois países.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaEuropaItáliaLuiz Inácio Lula da SilvaPaíses ricosPersonalidadesPiigsPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTerrorismo

Mais de Brasil

'Fuck you': Janja diz não ter medo de Elon Musk e xinga dono do X durante painel do G20

Qual o valor da multa por dirigir embriagado?

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro