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Lula defende estoques reguladores para combater a fome

No Recife, o ex-presidente destacou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez políticas semelhantes nos oito anos de seu governo

Para Lula, a fome no país não é falta de dinheiro, mas "falta de vergonha" de quem governa o país (Rodrigo Paiva/Getty Images)

Para Lula, a fome no país não é falta de dinheiro, mas "falta de vergonha" de quem governa o país (Rodrigo Paiva/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 14h21.

Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 14h31.

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 14, que uma solução para o combate à fome no País é criar estoques reguladores de alimentos para liberação em períodos de aperto na oferta.

Em coletiva de imprensa em Recife, onde participa de atividades de campanha ao lado da candidata a governadora Marília Arraes (Solidariedade), o ex-presidente destacou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez políticas semelhantes nos oito anos de seu governo.

Para Lula, a fome no País não é falta de dinheiro, mas "falta de vergonha" de quem governa o País. "Você pode facilitar o aumento da produção agrícola, sobretudo com pequeno e médio produtor rural. Você pode fazer estoque e, fazendo estoque, controlar o preço. Vai colocar mais produto no mercado quando o preço estiver alto. Fizemos isso, a Conab era uma coisa importante no meu governo. Na Conab a gente guardava uma espécie de estoque regulador", afirmou o candidato ao Palácio do Planalto.

Na coletiva, Lula ainda prometeu, se eleito, fortalecer cooperativas agrícolas. "Vamos criar crédito e ao mesmo tempo uma espécie de seguro, fundo, para que se a pessoa quebrar você possa com aquele fundo cobrir as necessidades da pessoa", seguiu o petista, que busca fortalecer as pontes com o agronegócio, bastante ligado ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Disputa em Pernambuco

Lula agradeceu publicamente o apoio do PSB à candidatura ao governo de Pernambuco de Marília Arraes (Solidariedade) e tentou colocar panos quentes nas brigas entre a aliada e o prefeito de Recife, João Campos.

Os primos romperam definitivamente ao se enfrentarem na disputa pela prefeitura da capital pernambucana em 2020, quando João saiu vitorioso em uma eleição marcada por forte acirramento político e trocas de fake news. Lula é um dos fiadores da reaproximação entre João e Marília neste segundo turno, após o PSB, com apoio do PT, ficar em quarto lugar na disputa pelo governo do Estado com Danilo Cabral na cabeça de chapa.

"O PSB tomou a decisão correta. Pode ter tido briga, mas a relação deles é sanguínea", afirmou Lula na coletiva de imprensa em Recife, antes de participar de ato público com Marília e João Campos pelas ruas da cidade. "Queria agradecer de coração a decisão de vocês de apoiar a companheira Marília no segundo turno", seguiu o petista, que voltou a destacar a união com o ex-adversário político Geraldo Alckmin (PSB) para justificar o que chama de "união de divergentes para vencer os antagônicos".

Ao discursar, Marília Arraes agradeceu ao PSB e disse que a aliança passa por cima de qualquer divergência com o objetivo de "reconstruir o Brasil" e "retomar o crescimento" de Pernambuco. Ela, contudo, alfinetou João Campos ao voltar a chamá-lo de jovem, estratégia utilizada na campanha de 2020.

"Eu quero fazer agradecimento público ao prefeito João Campos, que tão jovem teve discernimento a favor da democracia e a favor de um governo progressista em Pernambuco", afirmou a candidata a governadora, que já foi filiada ao PT e ao PSB antes de entrar no Solidariedade.

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