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Lula defende direito de protestar e de ir ao estádio

Ex-presidente também defendeu os investimentos do governo com a Copa do Mundo no Brasil


	Manifestantes que protestam contra a realização da Copa do Mundo entraram em confronto com a Polícia
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Manifestantes que protestam contra a realização da Copa do Mundo entraram em confronto com a Polícia (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 22h13.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o direito de protestar não deve afetar o direito de assistir aos jogos da Copa.

"Quem quiser fazer passeata que faça, quem quer levantar faixa que levante, faça o que quiser. O importante é que as pessoas saibam que da mesma forma que alguém tem o direito de dizer que não quer Copa, o cidadão que comprou ingresso e quer ir ver a Copa tem que ter a liberdade de ver a Copa", afirmou em entrevista à revista Carta Capital. 

"O meu direito de protestar não impede o meu direito de ir ao estádio e ver um jogo de futebol e ir tranquilo e em paz."

Lula também defendeu os investimentos do governo com o Mundial.

"O governo federal tomou uma atitude exemplar. Decidimos que o Estado iria fazer um financiamento de R$ 400 milhões pelo BNDES para o governador do Estado e para as empresas que quisessem fazer estádio e que iríamos ter a responsabilidade de investimento em parceria com os governos municipais e estaduais nas obras de infraestrutura. Isso está acontecendo", afirmou.

O ex-presidente também destacou que houve muita especulação sobre a conclusão dos estádios e minimizou as críticas sobre o uso futuro das arenas da Copa.

"Todos estão prontos. E todos da melhor qualidade possível. Se a gente vai ter futebol ou se vai ter festa, eu não sei. Mas como boa parte deles é da responsabilidade ou dos clubes ou do Estado, cada um vai se virar para justificar o que fez", afirmou.

No trecho da entrevista divulgado, Lula falou ainda que muitas pessoas estão sendo surpreendidas com algumas coisas que estão acontecendo no Brasil, como as manifestações, e comentou as reivindicações da população de melhoria dos serviços públicos.

"As pessoas reivindicavam um padrão Fifa de saúde. Poderiam ter reivindicado saúde padrão Interlagos, poderiam ter reivindicado um padrão qualquer torneio de tênis como Wimbledon e Roland Garros, mas como a Copa está na moda e a Fifa é a responsável, eles decidiram pedir padrão Fifa pelas exigências que ela fazia ao Brasil. Acho que isso é até saudável. O povo elevou o padrão reivindicatório dele. Isso é plenamente compreensível na democracia."

Segundo uma nota a respeito da entrevista divulgada no site do Partido dos Trabalhadores na noite desta sexta-feira, o ex-presidente também disse que, se o Brasil perder a Copa, "teremos um desastre similar àquele de 1950".

Lula afirmou ainda que conhece e gosta "profundamente" de Eduardo Campos e lamenta não ter o apoio do pessebista.

Sobre Aécio Neves, o ex-presidente Lula disse que o tucano não tem a mesma firmeza ideológica de Eduardo e é um "representante mais afinado com a elite".

Na conversa com o jornalista Mino Carta, Lula também reiterou o apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, segundo ele "a mais preparada" para governar o Brasil, e disse que a acompanhará em todos os palanques.

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