Lula: defesa da governança global da inteligência artificial no Brics (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 15h15.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2025 às 15h17.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 26, durante reunião do Brics, que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) não pode excluir o chamado "Sul Global".
“Grandes corporações não têm o direito de silenciar e desestabilizar nações inteiras com desinformação. Mitigar os riscos e distribuir os benefícios da revolução digital é uma responsabilidade compartilhada”, declarou o presidente.
Lula destacou que o Brasil, que preside o Brics em 2025, apresentará uma proposta de governança para a inteligência artificial nos encontros do bloco. Segundo ele, é fundamental recolocar o Estado no centro do debate sobre a tecnologia:
“Qualquer tentativa de desenvolvimento econômico hoje passa pela inteligência artificial. O interesse público e a soberania digital devem prevalecer sobre a ganância corporativa.”
Pesquisa Quaest mostra que população discorda que economia e emprego vivem bom momentoO presidente brasileiro discursou na primeira sessão do ano com os sherpas (enviados especiais) do Brics, no Itamaraty. Além dos representantes dos 11 países-membros, participaram embaixadores das nações parceiras do bloco.
Sem citar diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump, Lula criticou ações do republicano, como a saída da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante seu mandato anterior.
“Sabotar os trabalhos da OMS é um erro com sérias consequências. Fortalecer a arquitetura global de saúde, com a OMS em seu centro, é fundamental para garantir um justo e equitativo acesso a medicamentos e vacinas necessários ao desenvolvimento sustentável de nossos países.”
O presidente também condenou a lógica da força nas relações internacionais:
“O recurso ao unilateralismo solapa a ordem internacional. Quem aposta no caos e na imprevisibilidade se afasta dos compromissos coletivos que a humanidade precisa urgentemente assumir.”
O Brics hoje inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Durante a cúpula de líderes em julho, no Rio de Janeiro, há expectativa de que países parceiros recebam convite para integrar o bloco, como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Entre as prioridades do Brasil na presidência do Brics em 2025, estão:
A cúpula do Brics no Rio de Janeiro será um dos eventos diplomáticos mais importantes do ano, consolidando o protagonismo do Brasil na governança global.