Brasil

Lula conversa com presidente de Israel após críticas a bombardeios em Gaza

Durante o telefonema de 40 minutos, Lula repudiou atos antissemitas e se comprometeu a combatê-los

 (AFP/AFP)

(AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 17 de novembro de 2023 às 12h08.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quinta-feira, 16, com o chefe de Estado de Israel, Isaac Herzog, sobre a "libertação" dos reféns sequestrados pelo Hamas e sua preocupação com a crise humanitária em Gaza, após as críticas do petista aos bombardeios israelenses.

"Conversei com o presidente de Israel, Isaac Herzog, sobre a libertação de reféns do Hamas e da repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza", confirmou Lula na rede X, antigo Twitter.

Lula também manifestou sua "grande preocupação com a gravíssima crise humanitária em Gaza e consternação com a perda de vidas, em particular de crianças", indicou o Palácio do Planalto em um comunicado.

Libertação de reféns

Segundo a nota, Lula se comprometeu com o pedido de Herzog para "reforçar o apelo" pela libertação dos reféns sequestrados pelo grupo islamista Hamas e lembrou que teve conversas nesse sentido com vários líderes do Oriente Médio, entre eles de Irã, Emirados Árabes, Turquia, Catar, Egito e Autoridade Palestina.

O último conflito no Oriente Médio começou em 7 de outubro, quando, vindos da Faixa de Gaza, combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel. Os islamistas mataram 1.200 pessoas no ataque, a maioria civis, e sequestraram outras 240, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel iniciou uma campanha de bombardeios diários contra Gaza. A ofensiva já matou mais de 11.500 palestinos, incluindo mais de 4.700 crianças, segundo o Ministério da Saúde deste território, governado pelo Hamas.

Lula reiterou que "continua convencido" da importância de uma solução de dois Estados, "com Israel e Palestina vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas".

O tom da conversa foi "muito amigável", disse à AFP uma fonte do Planalto.

Em uma série de declarações esta semana, Lula acusou Israel de cometer "vários atos de terrorismo", ao matar "crianças" e "inocentes" nos bombardeios, "sem nenhum critério".

"A solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi o ato do Hamas", afirmou o presidente, desencadeando uma série de críticas da comunidade judaica no Brasil.

Durante o telefonema de 40 minutos, Lula repudiou atos antissemitas e se comprometeu a combatê-los.

Lula também agradeceu o apoio das autoridades israelenses para a repatriação de 22 brasileiros e uma dezena de seus parentes na Faixa de Gaza. O presidente também indicou que uma nova lista de brasileiros e seus familiares palestinos está sendo preparada para que voltem ao Brasil.

Lula ouviu o compromisso de Herzog de que "todos os esforços" serão feitos para o retorno oportuno dos cidadãos brasileiros, acrescenta a nota.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaGovernoIsraelHamas

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final