O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao cemitério (Amanda Perobelli/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 2 de março de 2019 às 11h47.
Última atualização em 2 de março de 2019 às 13h16.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha hoje (2), em São Bernardo do Campo, o velório do neto, Arthur Lula da Silva. O menino, de 7 anos, morreu ontem (1º) de meningite meningocócica. Lula deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, e viajou em um avião do governo do estado escoltado pela PF. Chegou ao cemitério no fim da manhã.
O ex-presidente está preso desde 7 de abril do ano passado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). A pena é de 12 anos e um mês de prisão.
Ao chegar ao local do velório, Lula foi aplaudido por cerca de 200 pessoas que o esperavam na porta do cemitério com mensagens de solidariedade. Embora os militantes não tenham feito manifestações políticas mais expressivas, alguns gritaram e exibiram cartazes com a inscrição "Lula livre".
Lula, que deixou a prisão na qual está recluso em Curitiba às 7h (de Brasília), chegou às 11h ao cemitério, após uma viagem que incluiu um voo de avião e dois trechos percorridos de helicóptero.
O ex-governante chegou ao cemitério com um intenso esquema de segurança no qual os agentes da Polícia Federal que o escoltaram desde Curitiba se somaram a dezenas de agentes da Polícia Militar de São Paulo fortemente armados.
O dispositivo incluiu a presença de seis policiais armados dentro da capela em que o neto de Lula foi velado, o que gerou reclamações de alguns dos parentes.
No cemitério o ex-governante também foi recebido por um pequeno grupo de militantes que puderam entrar após se comprometerem a não realizar manifestações políticas e ficar em silêncio, além de dezenas de aliados políticos e parentes.
Entre os correligionários com os quais se encontrou no cemitério estavam a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Em janeiro, o ex-presidente pediu autorização para sair da prisão e comparecer ao velório do irmão, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, que morreu em decorrência de câncer no pulmão. No entanto, o pedido foi negado pela juíza federal Carolina Lebbos.
A decisão foi confirmada pelo desembargador federal Leandro Paulsen, do TRF4, mas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, aceitou recurso da defesa e autorizou a saída de Lula. A liminar foi proferida cerca de 30 minutos antes do sepultamento do corpo e Lula não foi ao enterro.
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, explicou a militantes que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poderá falar com eles, uma condição imposta pela Justiça.
Do lado de fora de onde ocorre o velório, mas dentro do cemitério, centenas de militantes se aglomeram em solidariedade.
Okamotto saiu do local fechado para dar explicações após os militantes gritarem "Lula livre". Ele estava acompanhado da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann. Okamotto disse que família e amigos de Lula fariam uma oração pelo neto em despedida e pediu que os militantes fizessem o mesmo.
O ex-deputado federal José Genoíno deixou o local, mas não falou com a imprensa.