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Lula questiona privatização da Eletrobras e diz que 'vai brigar muito' por revisão da venda

Governo, por meio da AGU, entrou com uma ação no STF para ampliar seu poder de decisão no Conselho de Administração da Eletrobras. Presidente também descarta privatizar Correios

Eletrobras: o governo, por meio da AGU, entrou com uma ação no STF para ampliar seu poder de decisão no Conselho de Administração da Eletrobras (Bloomberg/Getty Images)

Eletrobras: o governo, por meio da AGU, entrou com uma ação no STF para ampliar seu poder de decisão no Conselho de Administração da Eletrobras (Bloomberg/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de maio de 2023 às 15h20.

Última atualização em 11 de maio de 2023 às 15h22.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "sacanagem" trechos da privatização da Eletrobras e voltou a criticar o poder de decisão do governo no Conselho de Administração. Hoje, o governo tem mais de 40% do capital total da estatal, considerando participações indiretas. Mas o poder de voto é limitado a 10%.

"Veja a sacanagem. E tem gente preocupada com o que eu falo. E o que eu falo é o que aconteceu. Veja a sacanagem. O governo tem 43% das ações da Petrobras (presidente se confunde, quis dizer Eletrobras). 43%. Mas no conselho só tem direito a 1 voto. Então, nós entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de voto de acordo com a quantidade de ações que ele tenha", disse.

Venda da Eletrobras

O governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar seu poder de decisão no Conselho de Administração da Eletrobras, empresa de geração e distribuição de energia, privatizada no ano passado ainda na gestão de Jair Bolsonaro.

Hoje, qualquer acionista da Eletrobras tem o poder de voto limitado a 10%, independentemente do tamanho de sua fatia no capital total. O modelo escolhido é uma forma de prevenir a formação de blocos de controle e garantir a manutenção da Eletrobras como uma corporation, como o mercado chama empresas de capital majoritário pulverizado, sem controle.

Lula deu as declarações durante evento de lançamento do Plano Plurianual (PPA) Participativo e da plataforma digital Brasil Participativo, em Salvador.

O presidente estava acompanhado dos ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Margareth Menezes (Cultura), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Welington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Ana Moser (Esportes), Rui Costa (Casa Civil), e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), além da primeira dama Janja da Silva.

Eletrobras e divisão de acionistas

Embora tenha tido o seu controle vendido a investidores privados em uma nova emissão de ações na Bolsa, que diluiu a parcela majoritária do governo no seu capital, a Eletrobras ainda tem a União como um de seus principais acionistas.

No último domingo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), argumentou que o processo de desestatização da empresa foi um acerto do Congresso e disse que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de questionar a privatização da Eletrobras causa uma “preocupação muito forte”.

Correios fora da lista de privatização

O governo federal tem 33,05% das ações, e o BNDES tem outros 7,25%. Fundos do governo ainda controlam 2,31% das ações. Com isso, o governo tem mais de 40% do capital total da estatal, mas não o suficiente para exercer o controle da empresa. Estão diluídos entre investidores privados 57,4% das ações.

O governo argumenta que a União tem mais de 40% das ações com direito a voto, considerando a fatia do BNDES e seu braço de participações, a BNDESPar, e deveria ter mais assentos e votos no colegiado.

Críticas à privatização da Eletrobras

Lula afirmou que "não vai ficar quieto" e que "vai brigar muito" pela revisão das condições estabelecidas na privatização. O presidente disse ainda que não vai "vender mais nada" da Petrobras e descartou a privatização dos Correios.

"Nós não vamos ficar quietos. Nós vamos brigar muito por isso, nós não vamos vender mais nada da Petrobras. O Correio não será vendido, nós vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina mais barata, o diesel mais barato, que a gente possa voltar a construir navio, fazer sonda, plataforma e recuperar o maior patrimônio que o brasileiro construiu", disse.

Durante viagem a Londres para a coroação do Rei Charles III, o presidente Lula criticou o processo de privatização da empresa e disse que pretende entrar com uma nova ação questionando a capitalização da antiga estatal.

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