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Lula aposta no diálogo contra a crise, diz prefeito

Lula tem como principal missão na Casa Civil segurar o PMDB, que ameaça decidir pelo desembarque do governo Dilma no dia 29 deste mês


	Lula: L[ula tem como principal missão na Casa Civil segurar o PMDB, que ameaça decidir pelo desembarque do governo Dilma no dia 29 deste mês
 (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas)

Lula: L[ula tem como principal missão na Casa Civil segurar o PMDB, que ameaça decidir pelo desembarque do governo Dilma no dia 29 deste mês (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2016 às 16h15.

São Bernardo do Campo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou uma mensagem de otimismo e disse que vai apostar no diálogo para tirar o governo Dilma e o país da crise, relatou o prefeito de Santo André, Carlos Grana.

Lula participou na manhã e início de tarde desta sexta-feira, 18, de uma reunião com prefeitos petistas de São Paulo, ao lado do presidente nacional do partido Rui Falcão e do dirigente estadual Emidio de Souza.

"Senti um clima de muito otimismo em relação à ida dele pro ministério e em sair dessa crise econômica", afirmou Grana. Lula foi nomeado nesta semana ministro da Casa Civil, mas teve o cargo suspenso na Justiça de primeira instância.

O caso vai ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, que vai avaliar se houve desvio de finalidade da posição de ministro por Lula estar supostamente "fugindo" do juiz Sérgio Moro ao obter foro privilegiado.

"Essa crise tem contornos onde há perda de alguns valores institucionais. Há falta de respeito, excesso de agressão, grupos fascistas. A negação da política é perigosa.

É preciso baixar a temperatura do país, isso é o intuito do Lula. Ele só tem esse motivo (para assumir como ministro). O importante que ele destacou é o dialogo, com prefeitos, lideranças no Congresso, dos partidos", afirmou Grana.

Lula tem como principal missão na Casa Civil segurar o PMDB, que ameaça decidir pelo desembarque do governo Dilma no dia 29 deste mês.

Partidos menores, como PSD, PP e PR, podem seguir o PMDB em eventual desembarque e tornar impossível para o governo conter a abertura do impeachment no Congresso Nacional.

Segundo Grana e outros relatos colhidos pela reportagem, Lula e Falcão tentaram minimizar a crise que envolve o partido e animar os prefeitos que vai disputar a reeleição.

Rui Falcão lembrou que o partido já passou por outras crises e Lula destacou a história de 36 anos da legenda, com disputas difíceis até ele chegar à Presidência da República.

"Hoje há é uma disputa política", disse Grana ao comentar brevemente a divulgação dos grampos de ligações de Lula com Dilma e outros interlocutores. Petistas sustentam que a divulgação foi inconstitucional.

Mas Grana defendeu o discurso adotado por Lula e Falcão. "Quando a vida foi fácil para um petista? Estou desde 1980 no partido e sempre as coisas foram duras."

O evento já estava marcado há tempos e é parte da iniciativa da direção do PT para evitar que os prefeitos mudem de legenda. O temor é que o desgaste nacional afete as chances eleitorais deles na corrida municipal.

Segundo uma fonte que participou no encontro, prefeitos concordaram com a direção de que o efeito nas cidades pequenas é menor.

"O clima foi positivo", avaliou a fonte. "Vai pesar mais é para o Haddad." O prefeito da capital paulista participou da reunião, mas saiu mais cedo, de carro, sem falar com a imprensa.

Lula também já foi embora. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), também saiu sem falar com a imprensa, assim como Falcão.

A assessoria de imprensa do ex-presidente disse que ele ainda avalia se ele participará do ato a favor do governo na Avenida Paulista. Lula avaliaria as condições de segurança para participar, já que os ânimos nas ruas estão acirrados. Mais cedo, por volta das 12h, Emidio, que também já deixou o evento, confirmou que Lula iria à Paulista.

No início da semana Falcão também afirmava que Lula iria.

Hostilidades

No momento em que o carro de Lula deixava o evento, pessoas se debruçaram nas janelas de um prédio em frente ao local para gritar palavras de ofensa contra o ex-presidente.

Foram ouvidos gritos, como 'Lula ladrão'. O agora ministro chefe da Casa Civil não baixou a janela do carro e nem parou para falar com os repórteres. O evento também não foi divulgado por sua assessoria de imprensa e era fechado.

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