Brasil

Lula afirma que vai respeitar os direitos do Paraguai na hidrelétrica de Itaipu

Lula reafirmou seu discurso de integração da América do Sul com base no crescimento econômico

Hidrelétrica: O tratado de Itaipu data de 1973 e a represa começou a produzir energia em 1984 (Joédson Alves/Agência Brasil)

Hidrelétrica: O tratado de Itaipu data de 1973 e a represa começou a produzir energia em 1984 (Joédson Alves/Agência Brasil)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 16 de março de 2023 às 19h02.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta, 16, que respeitará os direitos do Paraguai na hidrelétrica de Itaipu, sobre o caudaloso Rio Paraná, nas próximas negociações do tratado firmado em 1973.

Estou seguro que vamos alcançar um acordo que terá muito em conta a realidade dos dois países e muito em conta o respeito que o Brasil tem que ter pelo seu aliado, o querido Paraguai", disse Lula em um ato em Foz de Iguaçu, na presença do presidente paraguaio Mario Abdo Benítez.

Sua intervenção aconteceu na cerimônia protocolar de posse de Enio Verri como novo diretor brasileiro da hidrelétrica localizada a poucos quilômetros da tríplice fronteira com a Argentina.

Verri renunciou ao seu mandato como deputado federal para assumir a represa com capacidade instalada de 14.000 megawatts, considerada a maior produtora de energia elétrica no mundo.

Lula se referia à futura negociação, que começa a partir de junho, do acordo relativo aos termos financeiros e de prestação de serviços de eletricidade da usina.

Dívidas de construção de Itaipu

Itaipu pagou em fevereiro a última cota da dívida pela construção da obra, que custou aos países 64 bilhões de dólares.

O tratado de Itaipu data de 1973 e a represa começou a produzir energia em 1984.

O Paraguai terá a opção de utilizar 50% da energia produzia que o pertence ou de vender o excedente, como o faz até hoje para o Brasil.

O país utiliza ao redor de 22% de sua parte da energia e seu desejo é revendê-la ao Brasil a preço de mercado nas futuras negociações.

Lula reafirmou seu discurso de integração da América do Sul com base no crescimento econômico.

"Volto (ao governo) com o compromisso de fortalecer o Mercosul. Está comprovado que juntos temos força para negociar. Separados somos muito mais frágeis. Por isso, é necessário que estejamos juntos", sustentou o chefe de Estado brasileiro, aclamado pelos seus seguidores que lotaram o Cineteatro "Barrageiros" na parte brasileira da gigantesca represa.

"Brasil, como o maior irmão dos países da América do Sul, tem a responsabilidade de fortalecer o crescimento para que a gente possa viver em um continente de paz, de tranquilidade...", disse Lula.

Em sua intervenção, também anunciou que aumentará a inserção de empresas brasileiras nos países do continente.

"Temos direito de crescer para superar a pobreza", enfatizou.

Itaipu gera 17% da energia consumida pelo Brasil e 75% da do Paraguai, que possui outra hidrelétrica (Yacyretá) com a Argentina, 500 km água abaixo do Paraná.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaItaipuParaguaiArgentina

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022