Lula: o povo brasileiro, na véspera do Natal, não pode sofrer os atos inconsequentes de uma não-negociação (Renato Araújo/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 20h37.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira uma negociação entre empresários e funcionários do setor aéreo para evitar uma greve, marcada para esta quinta.
"O que não pode é nem empresários nem trabalhadores terem qualquer atitude de irresponsabilidade e permitir que o povo brasileiro, na véspera do Natal, sofra os atos inconsequentes de uma não-negociação", declarou ele em Brasília.
O presidente ressaltou que é um defensor do direito de greve e pediu "maturidade" aos negociadores.
Lula afirmou ainda que pediu que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, conversasse com as empresas e que o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, também se prontificou a "trabalhar junto com Jobim para ver se convencia tanto as empresas quanto os trabalhadores a não abusarem da paciência do povo brasileiro".
Jobim falou com lideranças do setor nesta quarta-feira e fez um pedido para que as empresas aéreas façam esforço adicional em busca de acordo com os sindicatos.
"Desde a semana passada, o Ministério da Defesa iniciou a adoção de medidas preventivas para reduzir os transtornos em uma eventual paralisação dos funcionários de empresas aéreas", informou a pasta em comunicado.
A greve está marcada para começar às 6h da quinta-feira. A Infraero informou que todo o seu efetivo estará empenhado em garantir a operação dos aeroportos e lembrou que seus funcionários não estarão em greve.
Aeroviários e aeronautas convocaram a greve para o dia 23, após o fracasso de negociações salariais com as companhias aéreas. As categorias afirmam que iniciaram a campanha por reajuste em setembro ante a data-base de 1o de dezembro.
Os Aeroviários --trabalhadores em terra das companhias-- cobram aumento salarial de 13 por cento depois de terem reduzido a reivindicação anterior de 15 por cento. Já os aeronautas exigem reajuste de 15 por cento. Ambas as categorias querem ainda um aumento de 30 por cento no piso salarial.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) classifica o movimento dos trabalhadores de "ameaça" e "lamenta a intransigência dos sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas". Segundo a entidade, as duas categorias já estão recebendo o reajuste de 6,08 por cento, relativo à reposição da -inflação pelo INPC.