Porfirio Lobo (foto) assumiu o poder após o golpe de Estado contra Manuel Zelaya (Thos Robinson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2010 às 14h03.
Brasília - O hondurenho Porfirio Lobo é o único chefe de Estado da América Latina que não foi convidado aos atos de posse da presidente eleita Dilma Rousseff, pois o Brasil não o reconhece como "presidente legítimo", confirmaram nesta quinta-feira fontes oficiais.
"Não foi convidado porque simplesmente não é reconhecido como presidente pelo Governo brasileiro", disse à Agência Efe um porta-voz da chancelaria, quem acrescentou que os demais dos governantes da região receberam convites.
O Brasil congelou suas relações diplomáticas com Honduras em 28 de junho de 2009, imediatamente após o golpe de Estado contra o então presidente, Manuel Zelaya, a quem inclusive abrigou em sua embaixada em Tegucigalpa durante três meses, quando este decidiu retornar de surpresa ao país.
Zelaya deixou Honduras em 27 de janeiro, mesmo dia da posse de Lobo, e desde então reside na República Dominicana como "hóspede".
O ex-líder é acusado de abuso de autoridade e outros delitos vinculados aos atos de corrupção, o qual sustenta que faz parte de uma "perseguição política" que impede retornar a Honduras.
O Governo brasileiro, que desconheceu tanto o processo eleitoral que levou à vitória de Porfirio Lobo quanto a legitimidade do atual líder hondurenho, disse que só poderá normalizar suas relações com Honduras uma vez que Zelaya retorne a seu país com "garantias plenas" que não haverá "ameaças a sua liberdade".
Além disso, Brasil é um dos países que mantém sua oposição à readmissão de Honduras na Organização dos Estados Americanos (OEA) e chegou a condicionar sua participação em diversas cúpulas regionais a que Lobo não fosse convidado.