Fernando Henrique Cardoso: FHC não quis comentar o livro (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 09h42.
São Paulo - Lançado no fim de semana pelo jornalista Palmério Dória, o livro O Príncipe da Privataria trata de um dos episódios mais polêmicos da era FHC - a acusação de que o então presidente Fernando Henrique e seus auxiliares, especialmente Sergio Motta e Luiz Eduardo Magalhães, patrocinaram, em 1997, a compra de votos no Congresso Nacional para aprovar a emenda que permitiu a sua reeleição.
Em 368 páginas, o livro retoma acusações feitas em A Privataria Tucana, de 2011. Critica as privatizações e aborda o episódio do "filho" de FHC com a jornalista Miriam Dutra - filho que FHC aceitou e do qual descobriu, depois, com exames de DNA, não ser pai. Palmério diz, também, que o governo FHC planejava vender a Petrobras e o Banco do Brasil.
Em dois capítulos, entra em cena o famoso "Senhor X", o empresário Narciso Mendes, que em 1997 era deputado pelo PP do Acre e teria feito dezenas de gravações das conversas sobre a compra dos votos para a reeleição. Mendes admite ser o autor das denúncias e comenta as pressões, na época, para que uma CPI sobre o assunto não prosperasse no Congresso.
FHC não quis comentar o livro. Mas ele já havia abordado o assunto em A Arte da Política, em 2006, no capítulo "A absurda acusação de compra de votos", no qual já cita Mendes pelo nome. O ex-presidente argumentava, então, que a reeleição interessava a 27 governadores e milhares de prefeitos e afirma que, "se houve compra de votos, ela se deu no plano regional" e o governo delas não participou. FHC também afirma que Mendes estava em apuros e tinha uma "pendência de milhões" com a Receita Federal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.