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Lista de Fachin afeta as reformas, diz vice-presidente da Câmara

Para Fábio Ramalho, o momento é "muito tenso, muito grave"

Fábio Ramalho: deputado assumiria a presidência da Câmara no caso de Rodrigo Maia ser afastado (Facebook Fábio Ramalho/Divulgação)

Fábio Ramalho: deputado assumiria a presidência da Câmara no caso de Rodrigo Maia ser afastado (Facebook Fábio Ramalho/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2017 às 14h16.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 15h38.

Primeiro vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) avaliou nesta quarta-feira, 12, que a lista de inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações da Odebrecht, afeta "totalmente" a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista no Congresso Nacional. Para ele, o momento é "muito tenso, muito grave".

"O momento é muito tenso, é muito grave. Mas temos que aguardar primeiro a defesa de cada um. As coisas são muito graves, mas não podemos sair condenando. As coisas são graves, são gravíssimas. O momento não é bom, o momento é ruim para todos os políticos", afirmou Ramalho, que assumiria a presidência da Câmara, caso o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos alvos da lista de Fachin, seja afastado do posto.

Ramalho disse que esteve nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e disse a ele que as reformas não vão passar. "Disse a ele que ele está fazendo um bom trabalho de articulador político, mas que estou sentindo que, infelizmente, as reformas não vão passar, nem se tirar tudo", afirmou. "Não sei o que é pior para o governo: retirar a reforma (da Previdência) ou perder", acrescentou.

Para o 1º vice-presidente, o melhor agora seria o governo retirar a reforma. "Penso que sim, mas antes temos de dar a todos o direito de defesa. As coisas são graves, gravíssimas, mas o parlamento vive das ruas. Mas hoje, se você me perguntar sobre as reformas, neste momento, é muito ruim passar qualquer tipo de reforma no Parlamento. Eu, se fosse o governo, recolheria a reforma da Previdência. É melhor recolher do que perder", afirmou.

O peemedebista sugeriu que o Executivo faça um novo texto para a reforma da Previdência, discutido com a sociedade previamente. "Essa é uma batalha que se ganha com as ruas, com o povo", afirmou Ramalho. E emendou: "Não estou aqui para derrotar o governo, não é essa minha função". O parlamentar mineiro pregou que se discuta com a sociedade um novo projeto, já que a população é contra o projeto.

Ramalho lembrou que na terça a Câmara já não conseguiu votar o projeto que estabelece um programa de recuperação fiscal para Estados em calamidade financeira. Ele disse que o tema é importante, mas que o momento é muito tenso para levar o debate adiante e que o projeto também deve ser "recolhido". "Temos de primeiro aguardar as defesas de cada pessoa", completou. Ele disse que sua posição não é de defesa de paralisia do parlamento mas de votar projetos de interesse da população.

Como revelou com exclusividade o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado e o jornal O Estado de S. Paulo nessa terça-feira, 11, o ministro Edson Fachin autorizou abertura de inquérito para investigar 98 pessoas, incluindo oito ministros do governo Michel Temer, 24 senadores, entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e 39 deputados federais, entre eles o atual presidente da Câmara. Também estão na lista um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e três governadores.

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