Vista dos destroços de um avião que caiu em uma avenida em São Paulo, Brasil, em 7 de fevereiro de 2025. Um avião caiu em uma grande avenida na cidade brasileira de São Paulo na sexta-feira e explodiu após atingir um ônibus, deixando duas pessoas mortas e seis feridas, disseram autoridades. (Foto de NELSON ALMEIDA / AFP) (NELSON ALMEIDA/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 10h48.
A queda do avião de pequeno porte na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, nesta sexta-feira, 7, pode ter sido causada por um problema no motor.
É o que aponta uma das linhas de investigação sob responsabilidade do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), com sede na capital paulista, além da Polícia Civil e da Polícia Federal.
O modelo King Air F90 passou por uma oficina uma semana antes do acidente para resolver um defeito de pane no sistema de RPM de um dos motores. O sistema RPM monitora a velocidade de rotação do motor e é fundamental para o desempenho da aeronave e a decolagem. Esse defeito pode ter afetado a potência e o torque necessários para que a aeronave conseguisse decolar e atingir velocidade necessária.
A queda, seguida de uma explosão, aconteceu por volta das 7h20m, minutos após a decolagem no Aeroporto Campo de Marte com destino a Porto Alegre (RS).
O acidente matou os dois ocupantes do avião e feriu quatro passageiros de um ônibus que foi atingido pelo bimotor. Os mortos são o advogado Márcio Louzada Carpena, dono do avião, e o piloto Gustavo Medeiros, ambos do Rio Grande do Sul.
O motorista do ônibus foi levado para um hospital particular em estado de choque. Outras três pessoas que estavam em solo também foram socorridas, mas nenhuma em estado grave.
O avião caiu na pista da Av. Marquês de São Vicente, na altura do número 1.874. Um áudio de um piloto que aguardava para decolar no Campo de Marte revelou que o comandante do King Air F90 acidentado havia solicitado um retorno imediato ao aeroporto momentos antes.
Esta já é a terceira tragédia aérea no estado de São Paulo neste ano, após a queda de um bimotor em Ubatuba, no Litoral Norte, e de um helicóptero em Caieiras, na região metropolitana da capital. Ao todo, cinco pessoas morreram nessas ocorrências.
Em fóruns de discussão de pilotos e revistas especializadas, o King Air F90 é mencionado como um modelo fácil de operar. Nos acidentes com mortes registrados, as quedas estão em geral associadas à imperícia dos pilotos ou a más condições de tempo. Dos 40 incidentes registrados até sexta-feira com o modelo, quatro foram no Brasil. Em um deles, em 1988, em São Pedro da Aldeia, os oito ocupantes morreram.