Obras da estação Santa Marina, da linha 6- laranja (Germano Lüders /Exame)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 18 de maio de 2024 às 06h01.
Última atualização em 20 de maio de 2024 às 13h48.
A linha 6-laranja do metrô está avançando pelo subsolo de São Paulo. O ramal, que vai conectar a Brasilândia a São Joaquim, deve ter seu primeiro trecho aberto em 2026, prevê a construtora Acciona. A EXAME visitou as obras da estação Santa Marina, onde as plataformas e lajes já estão prontas, à espera do acabamento.
"Hoje temos a previsão de entregar a obra parcialmente, no segundo semestre de 2026, com o trecho de Brasilândia a Perdizes. E a operação completa entre setembro e outubro de 2027", diz André de Angelo, diretor para o Brasil da Acciona.
A estação Santa Marina é a que está com as obras mais adiantadas, com 62% de conclusão. Já foi erguida parte da estrutura da cobertura de entrada, que ficará em uma nova praça a ser aberta perto da Unip Marquês, no começo da avenida Marquês de São Vicente, na Lapa.
Descendo as escadas, já é possível caminhar pelas lajes que receberão as bilheterias, linhas de bloqueio e, um nível mais abaixo, as plataformas. Ainda não há piso nem pintura das paredes, mas alguns azulejos foram colocados em algumas partes, para mostrar como ficará a decoração. O estilo arquitetônico será parecido com os da linha 4-amarela e 5-lilás, pois elas foram projetadas pelo Metrô de São Paulo na mesma época.
No fundo da estação, os túneis ali já estão escavados, concretados e iluminados, mas ainda faltam os trilhos. Também falta acabar de abrir o traçado. "Hoje, a tuneladora norte está escavando entre as estações Itaberaba e Vila Cardoso, e a tuneladora sul está em frente ao estádio do Pacaembu, conta Lucio Matteucci, diretor do projeto Linha 6-Laranja na Acciona.
Os túneis são abertos por tuneladoras, apelidadas de "tatuzão", que retiram a terra e, ao mesmo tempo, aplicam placas de concreto para firmar as paredes do túnel, em formato circular. A terra da escavação é enviada por esteiras ao longo de dezenas de quilômetros, pelos túneis já feitos, para ser retirada pelo acesso ao lado da marginal Tietê, por onde os tatuzões iniciaram a escavação. Isso facilita a logística e reduz transtornos aos moradores do entorno das obras, pois reduz o uso de caminhões para transportar a terra.
A linha 6 teve a construção iniciada em 2015 por outro consórcio, que incluia Odebrecht e Queiroz Galvão, abaladas pela Lava Jato. O grupo suspendeu os trabalhos em 2016 e, após alguns anos de embate com o governo estadual, deixou o projeto. A Acciona assumiu as obras em 2020, sob as mesmas condições anteriores. "O percentual de execução da obra ainda estava baixo, com apenas alguns canteiros mobilizados, então foi mais um 'green field' do que um 'brown field'", comenta Angelo.
Além de construir a linha, a Acciona vai operar o serviço por 19 anos. A linha 6 foi construída no modelo de PPP, em que o estado e a empresa dividem os investimentos, previstos em R$ 15 bilhões no total. A expectativa é que o ramal todo, de 15,3 km e 15 estações, seja percorrido em 23 minutos e atenda a 630 mil pessoas por dia.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o novo ramal:
A expectativa é que o primeiro trecho, entre Brasilândia e Perdizes, seja entregue no segundo semestre de 2026. As paradas restantes ficariam para abertura até outubro de 2027.
Dados checados em 17 de maio de 2024: