Manifestantes pró-governo seguram cartazes com as fotos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 06h59.
Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 07h17.
Três líderes da oposição venezuelana no exílio desembarcaram na noite desta quarta-feira em Brasília para articular com o governo brasileiro a transição na Venezuela, informa o jornal O Globo. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não teve a posse em seu novo mandato, iniciado na semana passada, reconhecida por mais de 40 países, entre eles o Brasil. O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o ex-presidente da Assembleia Nacional (AN) Julio Borges, e o número dois do partido Vontade Popular, Carlos Vecchio, se encontrarão hoje com o chanceler Ernesto Araújo. O presidente do Tribunal Supremo de Justiça no exílio, Miguel Ángel Martín, deve chegar nesta quinta-feira a Brasília.
A situação venezuelana foi uma das principais pautas de reunião entre Jair Bolsonaro e o argentino Mauricio Macri, ontem, em Brasília. “Estamos preocupados com a ditadura de Nicolás Maduro. Não aceitamos essa zombaria à democracia e essa tentativa de vitimização, quando na verdade eles são os algozes”, disse Macri aos jornalistas na saída do encontro.
Em complemento a Macri, Bolsonaro disse que a preocupação do Brasil e da Argentina com a situação da Venezuela é um exemplo de cooperação entre os dois países. “Só reforça que seguiremos avançando no rumo certo em defesa da democracia, da liberdade, da segurança e do desenvolvimento”, declarou.
Ontem também foi revelado que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, telefonou na terça-feira para o líder da oposição a Maduro, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó. É o único órgão de poder na Venezuela sem controle chavista. Segundo a agência Reuters, Pence considera a Assembleia Nacional da Venezuela como “o único órgão democrático legítimo no país”. O governo americano estaria disposto inclusive a reconhecer Guaidó como o presidente de direito da Venezuela.
Em evento realizado ontem, Guaidó declarou que Maduro é “usurpador” do cargo de presidente da República. A declaração pode abrir caminho para que Guaidó se declare presidente interino do país, o que tende a ampliar as tensões na Venezuela. No fim de semana, Guaidó foi sequestrado por forças ligadas a Maduro numa estrada venezuelana, e libertado horas depois. Maduro afirma que o episódio foi um teatro armado pela oposição. A reunião desta quinta-feira em Brasília pode ser um marcado da chancelaria brasileira no início do governo Bolsonaro.