Senador Humberto Costa (PT-PE): "muito precisa mudar, na política e na política econômica”, disse (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2014 às 16h22.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff está livre para escolher um ministro da Fazenda que não pertença ao Partido dos Trabalhadores, o PT, como parte de um esforço necessário para diminuir a inflação no Brasil, reduzir o déficit fiscal e estimular o crescimento, segundo um dos principais líderes da legenda.
“Essa é a prerrogativa da presidente”, disse Humberto Costa, líder do partido no Senado, em entrevista concedida ontem, em referência à nomeação pendente de um novo ministro da Fazenda. “Muito precisa mudar, na política e na política econômica”.
Em 12 anos de governo, o PT teve dois ministros da Fazenda, ambos de suas próprias fileiras. Dilma, que foi reeleita no dia 26 de outubro, disse que substituirá seu principal assessor econômico, Guido Mantega.
Os investidores veem a futura nomeação como um indicativo sobre se Dilma está disposta a mudar as políticas que impulsionaram a inflação e diminuíram o crescimento.
As oscilações do Ibovespa entre ganhos e prejuízos atingiram a maior alta em três anos porque os investidores estão estudando a postura política de Dilma em seu segundo mandato.
O Ibovespa subiu 3,6 por cento ontem após cair 6,2 por cento na véspera, primeiro dia de negociação após o segundo turno.
Dilma disse em entrevista exibida no SBT Brasil, ontem à noite, que não discutiria a substituição, e disse ao Jornal da Band, em declaração transmitida minutos antes, que está comprometida em restaurar a confiança dos investidores antes do início de seu segundo mandato.
‘As consequências’
“O que está em pauta na verdade é uma discussão em respeito a como cada um de nós, cada setor, enxerga os passos a serem dados para garantir que o Brasil retorne ao crescimento, e ao mesmo tempo avaliar a dimensão e os efeitos da crise internacional sobre nós e como é que a gente reagirá para nos defender das consequências dela”, disse Dilma.
A mídia e os investidores locais têm especulado com uma lista de nomes para o principal cargo do setor econômico do governo, que inclui o atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o CEO do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, o ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e o executivo do Banco Safra e ex-CEO do Banco do Brasil, Rossano Maranhão.
“Não estamos contra, nem a favor, de nenhum dos nomes que estão circulando por aí”, disse Costa. Quem quer que se torne ministro da Fazenda terá que mudar as políticas em linha com as exigências do PT e da sociedade, disse ele.