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PSDB rompe com Cunha e pede que ele abandone o cargo

Ele admitiu que a medida não deve ter efeitos práticos sobre o peemedebista, mas alegou que o PSDB "não pode transigir com o que não é ético"


	Eduardo Cunha: Sampaio reuniu a bancada pela manhã para comunicar que fará o pronunciamento em plenário pedindo o afastamento de Cunha
 (José Cruz/Agência Brasil)

Eduardo Cunha: Sampaio reuniu a bancada pela manhã para comunicar que fará o pronunciamento em plenário pedindo o afastamento de Cunha (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 13h06.

Brasília - Alegando que a defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentada até o momento é inconsistente, o líder do PSDB Carlos Sampaio (SP) anunciou nesta quarta-feira, 11, a ruptura da bancada com o peemedebista.

O tucano, no entanto, disse que não haverá pressão pela saída de Cunha para não "paralisar" a Casa e deixou claro que o foco da oposição continua sendo a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Sampaio reuniu a bancada pela manhã para comunicar que fará o pronunciamento em plenário pedindo o afastamento de Cunha.

Ele admitiu que a medida não deve ter efeitos práticos sobre o peemedebista, mas alegou que o PSDB "não pode transigir com o que não é ético".

Ele lembrou que caberá agora a Cunha provar ao Conselho de Ética que não mentiu à CPI da Petrobras quando negou que tivesse contas ocultas no exterior.

O líder explicou que, em decisão unânime da bancada, os tucanos concluíram que a defesa prévia de Cunha não foi convincente e que as provas são contundentes. Ele chamou as entrevistas do fim de semana de "desastre".

"Se ele não tiver provas, certamente terá muitas dificuldades no Conselho de Ética", previu.

Presentes na entrevista, os titulares do Conselho de Ética da bancada, Nelson Marchezan Júnior (RS) e Betinho Gomes (PE) disseram que a posição do PSDB é pelo afastamento de Cunha, mas que no colegiado vão aguardar o parecer prévio sobre a admissibilidade do processo antes de se pronunciar.

Eles evitaram defender abertamente a cassação do deputado, porém disseram que querem o prosseguimento da investigação contra o peemedebista.

Aliança

Sampaio reconheceu que Cunha deu em sua gestão um protagonismo à oposição, afirmou que o peemedebista foi correto com a minoria, mas destacou que ninguém esperava o volume de denúncias contra ele.

Ele negou que houvesse até então uma aliança com o peemedebista. "Rompe quem tem aliança", afirmou. O tucano anunciou hoje que não participará mais das reuniões de bancada na residência oficial da presidência da Câmara.

Para Sampaio, Cunha já está sendo julgado e independentemente de ele deferir ou não o pedido de impeachment, a posição da bancada sobre sua permanência no comando da Casa não mudará.

"Temos uma causa mais importante para o País que é o impeachment de Dilma. Continuaremos perseguindo esse caminho em defesa do País", disse. O líder tucano afirmou que a bancada está "extremamente confiante" na abertura do processo de impeachment. "Se ele deferir, estará cumprindo sua missão", concluiu.

Mais cedo, Sampaio se reuniu com líderes da oposição para tentar convencê-los a seguir o mesmo posicionamento. DEM e PPS decidiram reunir as bancadas antes de se pronunciarem, mas tendem a seguir os tucanos. Já o Solidariedade manterá o apoio a Cunha.

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