Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani: "o tema do impeachment não une, nem o PMDB, nem nenhum outro partido e mesmo a sociedade" (Divulgação/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 21h37.
Brasília - O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), apresentou na noite desta segunda-feira a lista dos oito deputados titulares e oito suplentes do partido indicados por ele para compor a comissão especial que analisará o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Para as vagas de titulares, Picciani indicou ele próprio --como os demais líderes estão fazendo-- além dos deputados peemedebistas Celso Maldaner (SC), Daniel Vilela (GO), Hildo Rocha (MA), João Arruda (PR), José Priante (PA), Rodrigo Pacheco (MG) e Washington Reis (RJ).
Esses nomes, porém, disputarão as vagas na comissão especial na terça-feira com uma chapa avulsa formada por dissidentes do PMDB e partidos da oposição. Líderes opositores acusaram as listas elaboradas pelos líderes da base de serem "chapa-branca".
"Eu considero essa composição equilibrada, não há nenhum compromisso com quem quer que seja para votar de forma A ou B", disse Picciani, afirmando que não caberia indicar nomes que tenham uma posição muito radicalizada.
"O tema do impeachment não une, nem o PMDB, nem nenhum outro partido e mesmo a sociedade. Então, não há que se falar em unidade em um tema que não tem unidade", disse Picciani.
A apresentação de uma chapa alternativa para disputar no voto as nomeações foi um dos motivos apresentados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para adiar para terça-feira a eleição para formação da comissão especial que analisará o pedido de impeachment.
Em linha com o que o governo tem defendido, Picciani afirmou que o processo de impeachment precisa ser resolvido logo. Nos bastidores, avalia-se dentro do governo que há mais chances de o impeachment ser barrado se for votado mais rapidamente.
"Outra coisa que me causa estranheza é que aqueles que defendiam arduamente a abertura do processo de impeachment agora defendem uma tese de obstrução do trâmite do processo", disse.
"O impeachment é um instrumento de absoluta força e gravidade... é uma ferida aberta e quanto mais tempo esta ferida ficar aberta, o país perde. O ideal para o Brasil é que esse processo se finalize o mais rapidamente possível", acrescentou.