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Líder do governo diz que houve erro na votação do pré-sal

"Não tem como resolver em quinze, vinte minutos ou meia hora um problema que tem toda essa simbologia, por envolver a Petrobras", afirmou


	Pré-sal da Bacia de Santos: segundo Costa, quando o governo decidiu negociar o texto que acabou aprovado, que dá à estatal preferência em futuras licitações
 (Agência Petrobras)

Pré-sal da Bacia de Santos: segundo Costa, quando o governo decidiu negociar o texto que acabou aprovado, que dá à estatal preferência em futuras licitações (Agência Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 13h11.

Rio - O líder do governo no Senado, Humberto Costa, disse nesta sexta-feira, 26, ao chegar para a reunião do Diretório Nacional do PT, que "houve erro de condução política" na votação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobrigou a Petrobras de ser operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal.

Segundo Costa, quando o governo decidiu negociar o texto que acabou aprovado, que dá à estatal preferência em futuras licitações, a posição contrária do PT já estava consolidada e não houve ambiente para discutir a alteração feita pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR).

"De manhã (na quarta-feira, 24, dia da votação), nos foi dito que a posição era contrária (ao projeto). Trabalhamos os discursos, tudo em cima disso. Depois chegou a proposta (de negociar a inclusão da preferência da Petrobras). Mas nosso campo já estava muito radicalizado. A proposta (aprovada) é inegavelmente melhor do que o texto original do Serra, mas já havia um ambiente de conflagração e o pessoal (parlamentares do PT e outras legendas da base) não quis nem analisar. A proposta não era ruim, mas chegou no momento errado. Houve um erro de condução política. Se o governo tivesse dito antes 'vamos negociar', a gente teria feito. Faltou uma calibração melhor na política", afirmou Costa.

O senador disse esperar que a Câmara, onde o projeto será analisado agora, "melhore" o texto.

"Não tem como resolver em quinze, vinte minutos ou meia hora um problema que tem toda essa simbologia, por envolver a Petrobras", afirmou.

Costa amenizou a forte reação de setores do PT contra o comportamento do governo ao negociar a aprovação do projeto. "Não vi como um problema do outro mundo", declarou.

Também presente na reunião do Diretório, o deputado Henrique Fontana (RS) disse que a bancada do partido na Câmara será contra o projeto que saiu do Senado.

Segundo Fontana, os deputados cobrarão do governo uma explicação para o que aconteceu no Senado, com a mudança em cima da hora, quando os petistas acreditavam que o governo tinha dado aval à posição contrária ao projeto.

"Esse tema foi tratado de uma maneira muito açodada, muito precipitada no Senado. A população foi surpreendida", reclamou Fontana.

Durante toda a discussão da proposta de José Serra, a presidente Dilma Rousseff deu sinais contraditórios sobre o projeto, e deixou governistas favoráveis e contrários ao projetos sem uma posição clara do governo.

Parlamentares avaliam que o estilo da presidente, de adiar a tomada de decisões de temas fundamentais como este, acabou criando mais este conflito entre o governo e o PT.

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