O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho: "Ninguém pode representar interesses de um doleiro, que atua como uma lavanderia, junto ao Ministério da Saúde" (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 08h57.
Brasília - O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), afirmou que a relação do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PR), com o doleiro Alberto Yousseff não é compatível com o mandato de deputado federal.
Vargas pediu afastamento por 60 dias após novas revelações que sugerem uma sociedade entre o parlamentar e o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Os partidos de oposição protocolaram um pedido de processo que pode levar à cassação do parlamentar.
"Ele (Vargas) tinha um relacionamento muito íntimo com um doleiro que já tinha feito antes um acordo com a Justiça por causa de ilícitos graves. Você se relacionar com uma pessoa sabidamente à margem da lei não é compatível com o mandato", disse Mendonça Filho.
"Ninguém pode representar interesses de um doleiro, que atua como uma lavanderia, junto ao Ministério da Saúde", complementou.
Mendonça Filho reconheceu haver um "paralelo" entre o caso e o do senador Demóstenes Torres (ex-DEM), cassado pelo Senado por suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeiro. "Há um paralelo. Era uma atuação com um bicheiro e agora a dele é com um doleiro e há também a acusação a ambos de lobby, de trabalhar defendendo os interesses", disse.
A investigação da PF sobre Vargas afirma que o deputado teria auxiliado o doleiro em negociações do laboratório Labogen com o Ministério da Saúde.
Em uma das mensagens trocadas entre os dois, divulgada pela revista Veja, o doleiro afirma a Vargas que o negócio poderá lhes trazer "independência financeira". Yousseff alugou um jatinho para uma viagem de férias de Vargas com sua família de Londrina (PR) para João Pessoa (PB).