Efraim Filho: líder do DEM não sinalizou claramente se a bancada democrata será orientada a votar a favor da segunda denúncia contra Temer (Facebook/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 12h16.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), criticou hoje (21), em Brasília, o movimento do PMDB na busca por deputados dissidentes do PSB que estariam sendo atraídos para aumentar a bancada do Democratas.
Assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Efraim considerou que o movimento dos peemedebistas não configura uma posição de aliados.
"Não é a demonstração que um aliado espera receber. Infelizmente, essa atitude mesquinha do PMDB acaba trazendo a agenda do partido acima da agenda do Brasil. (…) Essas disputas que deveriam ser entre governo e oposição serem trazidas pra dentro da base aliada só fragilizam a relação. Ao invés de agregar, o PMDB acaba agredindo os aliados", disse Efraim.
Apesar das críticas, o líder não sinalizou claramente se a bancada democrata será orientada a votar a favor da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa.
O processo com a nova acusação contra Temer e outros integrantes do PMDB deve ser encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal à Câmara nos próximos dias.
"O Democratas vai fazer a análise técnica baseada na lei, nos fatos e nas provas. E a partir dos nossos membros na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), essa decisão será tomada pela bancada. Não dá pra antecipar qualquer posição até que seja feita a análise", disse.
Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), a briga entre os dois partidos pode favorecer o prosseguimento da denúncia. "Se nós do PSB podemos perder deputados, a sociedade vai ganhar, porque essa briga pode favorecer a aprovação da denúncia e o encaminhamento para o Supremo Tribunal Federal", afirmou Delgado.
O deputado oposicionista acredita que o número de votos em favor da autorização do prosseguimento da investigação deverá ser maior dessa vez.
Na primeira denúncia, os deputados rejeitaram a autorização, que para ser aprovada, precisa de pelo menos 342 votos entre os 513 deputados.
"Não tenho dúvidas de que nós teremos uma votação maior. Nós achamos que essa segunda denúncia será vencedora, um outro trabalho é chegar aos 342 votos pra que ela seja encaminhada ao Supremo e a investigação prossiga, mas que nós vamos ter um placar muito maior daqueles que querem um encaminhamento da denúncia, não tenho dúvida", finalizou.