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Líder de bloco de Lira admite dificuldades com o governo e diz que apoio vai depender das pautas

Grupo de Arthur Lira atraiu partidos governistas, e petistas ficaram insatisfeitos

Câmara: O deputado evitou citar uma porcentagem de quantos deputados do bloco apoiam o governo e disse que isso vai depender dos projetos apresentados (Michel Jesus/Agência Câmara)

Câmara: O deputado evitou citar uma porcentagem de quantos deputados do bloco apoiam o governo e disse que isso vai depender dos projetos apresentados (Michel Jesus/Agência Câmara)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de abril de 2023 às 09h53.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), líder do maior bloco partidário da Câmara, avaliou que o grupo recém-formado ainda não tem uma afinidade completa com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado evitou citar uma porcentagem de quantos deputados do bloco apoiam o governo e disse que isso vai depender dos projetos apresentados.

"Não fizemos essa conta. É difícil falar, a gente ainda tem muitas dificuldades a serem superadas. Vai ter votações que a gente vai ter a totalidade, vai ter votações que a gente talvez não tenha, vamos ver quais serão os temas", disse.

Apesar disso, o líder do PSB disse que vai trabalhar para o bloco pavimentar a governabilidade de Lula na Câmara. Ele criticou a atuação contra o grupo dentro do PT. Os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, são contra a adesão de PSB e PDT ao bloco do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lindbergh chegou a chamar a aliança de "erro gigantesco" e disse não ver motivo para "fortalecer" Lira.

Carreras afirmou que os petistas estão "confusos". Ele argumenta ter o endosso do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e do PT, Zeca Dirceu (PR).

"Tem gente que está meio confusa. Acho que devia se reservar a fazer comentários dentro da sua bancada, internamente, não expor. Tem que procurar agregar, esse é o espírito da gente", disse.

O bloco liderado por Carreras é formado por PP, União Brasil, PSB, PDT, Solidariedade, Avante, Patriota, PSDB e Avante — ao todo. são 173 deputados. O deputado também é líder do PSB, partido que tem ministérios e o vice-presidente Geraldo Alckmin. O PDT também faz parte do grupo e tem um ministério.

A posição de Carreras contrasta com a do deputado Fábio Macedo (Podemos-MA), líder do bloco com MDB, PSD, Republicanos e Podemos, que disse ter 70% de governismo. Mesmo em relação à nova regra fiscal, Carreras disse que o texto precisa ser apresentado "no detalhe" e que é "difícil falar com antecedência" sobre o tamanho do apoio.

Na quarta-feira, após o anúncio da formação do bloco, o deputado do PSB e o líder do PDT e presidente interino da legenda, André Figueiredo (CE), participaram de uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Carreras disse que o encontro já estava agendado antes da negociação do bloco, mas declarou que o assunto foi conversado.

"Ele (Alckmin) não foi consultado, não participou, mas viu com bons olhos. Sabe da importância do trânsito, das relações ali na Câmara, de a gente aglutinar forças políticas de partidos de centro", afirmou.

A criação do grupo foi idealizada pelo presidente da Câmara e pelo líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). A formação aconteceu duas semanas depois de Lira sofrer um revés e perder uma aliança com o Republicanos, que preferiu entrar no bloco com MDB, PSD e Podemos, o segundo maior da Casa, com 142 deputados.

Unidos na reeleição de Lira, agora as legendas vão disputar espaços na Câmara, como relatorias e vagas em comissões. A tendência é também que os grupos se enfrentem na disputa pela sucessão de Lira. Elmar Nascimento e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, almejam o cargo.

Carreras disse que a disputa não está posta. "Arthur está há dois meses e pouco na presidência da Câmara (no segundo mandato). É até falta de respeito a ele (falar sobre a sucessão)", disse.

Na conversa com Alckmin, o deputado disse que o grupo atende a partidos menores, como é o caso do PSB e do PDT, que ficariam escanteados de cargos da Casa caso ficassem isolados.

"A gente falou que o bloco era uma questão interna da Casa, para dar protagonismo aos parlamentares diante das bancadas de pequeno e médio porte que iam perder muito espaço, sobretudo com a volta das comissões mistas de medida provisória", afirmou.

"De forma natural e dentro do próprio regimento, o bloco vai ter sempre a primeira pedida. Dentro de casa, do bloco, a gente vai começar a dar protagonismo para os partidos", acrescentou o deputado.

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