Rocha Loures: ele foi assessor especial de Temer e responde, junto com o presidente, a inquérito no STF (Youtube/Reprodução)
Reuters
Publicado em 6 de junho de 2017 às 16h05.
Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski negou nesta terça-feira pedido de liberdade feito pela defesa do ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, preso no fim de semana, alvo de uma investigação sobre recebimento de propina pela empresa JBS.
Loures foi assessor especial do presidente Michel Temer e responde, junto com o presidente, a inquérito no STF sob suspeita de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça.
O ex-deputado foi filmado carregando uma mala com 500 mil reais que, de acordo com a delação premiada de executivos da JBS, seria propina.
Rocha Loures teria sido indicado, de acordo com o empresário Joesley Batista, por Temer para ser o intermediário dos interesses da holding J&F, que controla a JBS, junto ao governo. Temer nega quaisquer irregularidades.
Ao rejeitar o pedido de liberdade, Lewandowski apontou a medida pleiteada pela defesa "manifestamente incabível" o que prejudicava o exame da liminar pedida pelos advogados de Loures, na avaliação do ministro.
No pedido de 45 páginas, o advogado Cezar Bittencourt, que representa Loures, disse que seu cliente sofreu coação ilegal porque não haveria qualquer razão para a prisão decretada pelo ministro Edson Fachin, também do STF. Para o advogado, há uma tentativa de forçar a delação de Rocha Loures com a prisão.
Uma eventual delação de Loures, como reconhecem até mesmo aliados de Temer, tem potencial para abalar ainda mais a situação do presidente, que viu sua permanência na Presidência em xeque após a divulgação da delação de executivos da JBS, especialmente do empresário Joesley Batista, um dos controladores da empresa.