Brasil

Lei de Responsabilidade das Estatais é aprovada em comissão

A proposta segue agora para a análise no plenário da Câmara dos Deputados e, depois de aprovada, terá de ser apreciada pelo Senado


	O projeto é um dos itens da chamada Agenda Brasil, o pacote de medidas apresentado na semana passada por Renan Calheiros
 (Jonas Pereira/ Agência Senado)

O projeto é um dos itens da chamada Agenda Brasil, o pacote de medidas apresentado na semana passada por Renan Calheiros (Jonas Pereira/ Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2015 às 19h43.

Brasília - O projeto que cria a Lei de Responsabilidade das Estatais foi aprovado nesta quarta-feira, 19, na comissão especial criada para discutir o tema.

A proposta segue agora para a análise no plenário da Câmara dos Deputados e, depois de aprovada, terá de ser apreciada pelo Senado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), compareceu à comissão e declarou "apoio incondicional à iniciativa". "Ter uma lei como essa é prioridade. O Brasil precisa demonstrar que a utilização da transparência não pode ser uma conveniência", disse.

O projeto é um dos itens da chamada Agenda Brasil, o pacote de medidas apresentado na semana passada pelo peemedebista.

O texto aprovado, porém, não incluiu a ideia inicial defendida por Renan e pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de realizar sabatinas com os indicados para ocupar a presidência da estatal.

A medida foi vista pelo Palácio do Planalto como uma tentativa de enfraquecer a presidente Dilma Rousseff, por interferir na autonomia do Executivo.

Apesar disso, a proposta mantém uma série de restrições para quem for ocupar cargos na cúpula das estatais. Para chegar à presidência, o indicado terá de ter, no mínimo, dez anos de experiência profissional na área.

O texto também estabelece regras para a composição dos Conselhos de Administração dos órgãos. Agentes políticos vinculados ao Executivo - como ministros de Estado - não poderão fazer parte do colegiado.

O relator do projeto, deputado Arthur Maia (SD-BA), incorporou cinco emendas ao projeto, quatro delas propostas pelo senador José Serra (PSDB-SP).

Entre elas está a retirada da necessidade de realizar sabatinas de conselheiros nas estatais em que a União tenha mais de R$ 1 bilhão em participação no capital social da companhia.

"O importante é que a gente tenha criado mecanismos para evitar o aparelhamento desses conselhos", afirmou Maia.

Um ponto que pode gerar polêmica também foi mantido no relatório. O projeto determina que estatais como a Petrobras trabalhem apenas com as chamadas ações ordinárias na bolsa, isto é, que dão direito a voto aos acionistas.

Hoje as estatais também operam com as ações preferenciais, como uma forma de alavancar o seu poder de investimento. As empresas teriam um prazo de dez anos para fazer essa adequação.

Para o relator, a aprovação do projeto se faz necessário especialmente após as revelações da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

"Com o petrolão, ficou evidente que é preciso melhorar a governança das estatais", afirmou. Durante a tramitação no Congresso, deputados e senadores ainda podem fazer alterações no texto.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCâmara dos Deputadoseconomia-brasileiraEmpresasEmpresas estataisPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados