Sérgio Moro: "A operação Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras. A Operação Lava Jato é para tirar de nós o pré-sal" (Rodolfo Buhrer/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2016 às 14h49.
Para a filosofa Marilena Chauí, a Operação Lava Jato não tem como objetivo combater a corrupção, e sim desestabilizar o Brasil para retirar a soberania do pré-sal.
Segundo ela, a prova disso é que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações na primeira instância, teria sido treinado pelo FBI, agência de inteligência americana.
"A operação Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras. A Operação Lava Jato é para tirar de nós o pré-sal. Por que isso ficou claro para mim? Porque Sérgio Moro foi treinado nos Estados Unidos pelo FBI para realizar essa operação", afirmou em vídeo divulgado neste domingo (3).
De acordo com a filósofa, Moro "recebeu um treinamento que é característico do que o FBI fez no Macarthismo (política de perseguição anticomunista adotada pelos EUA nos anos 1950) e fez depois do 11 de setembro que é a intimidação e a delação".
Dessa forma, o juiz teria atuado para desestabilizar o Brasil e favorecer o acesso internacional ao petróleo. "A Operação Lava Jato é, vamos dizer, o prelúdio da grande sinfonia de destruição da soberania brasileira para o século XXI e XXII", argumenta a professora da USP.
Segundo o raciocínio da filósofa, as grandes companhias de petróleo transnacionais, desestabilizaram o Oriente Médio, os Balcãs e a Venezuela e agora "o grande alvo" é o Brasil.
Ela criticou o governo interino de Michel Temer e a atuação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, a quem atribuiu a responsabilidade por entregar a exploração do pré-sal para empresas norte-americanas.
"Não é uma operação comercial. É uma operação de geopolítica. É uma operação de destruição da construção de uma República e de uma democracia e a tentativa de destruir o lugar que o Brasil construiu como líder dos BRICS", afirmou a filósofa, em referência ao bloco formado pelo Brasil com Rússia, Índia, China e África do Sul.
Notória intelectual de esquerda, Chauí recebeu o título de doutora Honoris Causa da Universidade de Paris VIII e da Universidade Nacional de Córdoba e preside a Associação Nacional de Estudos Filosóficos do século XVII.
Integrante do PT, foi secretária de Cultura da cidade de São Paulo entre 1989 e 1992, durante a gestão de Luiza Erundina.
Em março, a filósofa e defensora da presidente afastada, Dilma Rousseff, já havia dito que o objetivo da Lava Jato é entregar o pré-sal a empresas norte-americanas e enfraquecer o Mercosul. As declarações foram feitas em ato contra o impeachment na USP.