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Lava Jato quer carta de fiança de Vaccarezza

Cândido Vaccarezza e outros nove investigados foram denunciados por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro

Cândido Vaccarezza: ex-deputado foi preso em 2017 na Operação Abate, 44.ª fase da Lava Jato (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

Cândido Vaccarezza: ex-deputado foi preso em 2017 na Operação Abate, 44.ª fase da Lava Jato (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 13h19.

São Paulo - O Ministério Público Federal pediu na quinta, 6, ao juiz federal Sérgio Moro que intime o candidato a deputado federal Cândido Vaccarezza (Avante-SP) a apresentar uma carta de fiança bancária para garantia de pagamento, com vigência de 24 meses. O ex-líder dos governos Lula e Dilma na Câmara deixou a prisão da Operação Lava Jato, há cerca de um ano, sem pagar R$ 1,5 milhão estipulado pelo magistrado.

A Lava Jato ainda solicitou a Moro que Vaccarezza seja intimado a prestar compromisso de renovação da garantia com antecedência mínima de 90 dias da data do vencimento, até o trânsito em julgado da ação penal na qual é réu. Vaccarezza e outros nove investigados foram denunciados por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, em suposto esquema de corrupção relativo ao fornecimento de asfalto pela empresa americana Sargeant Marine à Petrobras. O ex-deputado nega ligação com ilícitos na estatal petrolífera.

No documento, os procuradores afirmam que, "caso contrário, em relação aos imóveis mencionados", solicitam que sejam "apresentadas as respectivas matrículas, laudos de avaliação atualizados e documentos que demonstram que área rural cumpre sua função social".

O ex-deputado foi preso em 2017 na Operação Abate, 44.ª fase da Lava Jato. Moro mandou soltar Vaccarezza, que alegou "problemas de saúde", mas com imposição de seis medidas cautelares. Na lista, a fiança de R$ 1,5 milhão.

Vaccarezza deixou a cadeia sem pagar o montante. Em julho deste ano, mesmo devendo R$ 1,5 milhão, o ex-deputado criou uma lista no WhatsApp para arrecadar valores para sua campanha a deputado federal nas eleições 2018. A "vaquinha" de Vaccarezza foi revelada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Moro deu, no dia 14 de agosto, um ultimato ao ex-deputado: prazo de cinco dias para o ex-parlamentar acertar as contas, sob pena de prisão preventiva.

Em 22 de agosto, Sérgio Moro colocou Vaccarezza no banco dos réus. O juiz da Lava Jato aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, no Paraná, contra o ex-deputado.

Com risco iminente de prisão, no dia 31 de agosto, o candidato ofereceu ao juiz Sérgio Moro duas fazendas da mãe para tentar quitar a fiança de R$ 1,5 milhão.

Segundo Vaccarezza, "na condição de proprietária (sua mãe) autorizou expressamente, com anuência de todos os herdeiros, que os imóveis, no valor de R$ 1,8 milhão sejam dados em garantia real do pagamento da fiança".

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